Calém volta ao Brasil nas mãos da Interfood.

A tradicionalíssima produtora de vinhos do porto Calém está voltando ao Brasil pelas mãos da Interfood. A Calém  junto a Adriano Ramos Pinto foi uma das  grandes fornecedoras de vinho do porto do mercado brasileiro antes da entrada das chamadas empresas “Inglesas” que na busca de novos mercados após a segunda guerra mundial se tornaram tão conhecidas pelos apreciadores de vinhos do porto no Brasil.  A Calém nasceu em 1859 e tinha como objetivo principal o mercado brasileiro, fomentando a troca de madeiras exóticas por vinho do Porto. Em 1998 a empresa foi adquirida pelo Grupo Sogevinus que agora retoma as exportações ao seu mercado alvo da época da fundação, o nosso Brasil. Nosso encontro ocorreu no La Douce France a pâtisserie de Fabrice Lenud e contou com a presença do enólogo  Pedro Sá ( Enólogo do ano em 2008 pela Revista dos Vinhos de Portugal) e dos caros amigos Gabriel Cury proprietário da Interfood e de Bruno Airaghi diretor de marketing da empresa.
Tivemos a oportunidade de provar os seguintes vinhos:
Porto Calém Velhotes Ruby – Envelhecido de 3 a  4 anos em barricas e 20% de álcool- RS 41,90
Rubi brilhante, média concentração, sem halo. Olfativamente frutado, cereja, tostado, toques florais. Bom balanço de boca, elegante, simples, mas muito bem elaborado com persistência média e retrogosto frutado. NOTA 82/100.
Porto Calém LBV 2004 – Envelhecido de 4 a 6 anos em barricas e 20% de álcool – R$ 85,00
Violáceo, alta concentração, sem halo. Olfativamente frutado, mais austero, couro, herbáceo, floral e toque defumado. Na boca, acidez marcada, bom corpo e persistência, e retrogosto frutado. NOTA 87/100.
Porto Calém Vintage 1999 – Envelhecido por 2 anos em barricas e 20% de álcool – R$ 256,00
Rubi, alta concentração, leve halo de evolução. Olfativamente com fruta evoluída, tostado, defumado, cítrico, casca de laranja. Ótima acidez, boa estrutura, bom corpo e persistência longa, e ligeiro álcool. Retrogosto marcado por frutas em compota. NOTA 89/100. 
Porto Velhotes Tawny – Envelhecido de 3 a 4 anos em barricas  e 20% de álcool – R$ 41,00
Castanho com toque avermelhado, ralo, com halo de evolução. Olfativamente, frutas secas, figo, chá preto, tabaco, e tostado agradável. Ótima acidez, perfeito equilíbrio, corpo médio persistência longa, retrogosto de fruta passas com toques de chá preto. NOTA 88/100.
Porto Calém Special Reserve- Envelhecido por 5 anos em barricas e 20% de álcool –  R$ 76,00
Âmbar, baixa concentração, halo de evolução. Olfativamente bem complexo. Figo seco, cereja, tostado ,nozes, e toque defumado. Ótima acidez, bom balanço de boca, corpo, persistência longa e retrogosto frutado, figo confirmando o olfativo. Ligeiramente alcoólico. NOTA: 89/100.
Porto Calém Tawny 20 anos – Envelhecido por 20 anos em barricas e 20% de álcool – R$ 196,00
Âmbar, pouca concentração, halo intenso de evolução. Olfativamente complexo, ameixas, figos, mel, casca de laranja, tabaco e chocolate. Ótima acidez, balanço de boca perfeito, estruturado, persistência longa, e retrogosto frutado com predominância para o figo seco e notas tostadas. NOTA 92/100

Como apaixonado por vinhos Tawny meu destaque foi para Porto Calém Tawny 20 anos, mas gostaria também de dar um destaque especial para o Porto Calém Velhotes Tawny um vinho mais simples, mas pronto, e com um custo benefício imbatível. O padrão de qualidade destes Tawny’s é muito alto comparado com outros produtores dentro de suas categorias. 

Dicas para os leitores: Os Tawny envelhecem dois a três anos em balseiros, e depois passam por estagio em  pipas de 550 litros. Devido à oxidação os Tawny perdem a cor inicial, ganhando um ton mais claro “âmbar”e sabores a frutos secos como as nozes ou as amêndoas. Com o passar dos anos ganham ainda mais complexidade aromática, frutas  secas,café, chocolate, mel, etc.Existem as categorias: Tawny, Tawny Reserva, Tawny com Indicação de Idade e Colheita. São vinhos de lotes de vários anos, exceto os Colheita que são de uma só safra Os Tawny não evoluem em garrafa.
Walter Tommasi

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