We did it again!




Pois é os cinco casais da confraria Aprendizes do Paladar se reuniram novamente, e desta vez o encontro ocorreu na casa dos Tommasis. Este casal é formado pela minha linda cara metade Liliana, mãe impecável, esposa dedicada, redatora e dona de um bom humor contagiante. Do outro lado este que vos fala ex diretor de multinacional, apaixonado pelos mundos da arte e dos vinhos, e eterno aprendiz de gastronomia. A recepção foi preparada com Prosciutto San Daniele, Barquinhos de cream chease com caviar preto e nata, torradas com patê de vitela com azeite trufado, e bandeja de queijos, tudo regado a Espumante Miolo Millesime, Cave Giesse Terroir e Franciacorta Montenisa.

Nesta ocasião, a dona Liliana estava em estado de graça e gentilmente me expulsou da cozinha e para iniciar nosso jantar buscou nos livros da Silvia Percussi um criativo Cappuccino di Marroni e Funghi: delicioso caldo de funghi Porcini e cogumelos Paris com Castanhas portuguesas, decorado com ligeira colher de nata. Por sorte sobrou o árduo (há há há)  trabalho de compatibilizar o prato com o vinho. Minha escolha foi bastante fácil, um Chianti, que com seus aromas terrosos combinaria bem com os funghis. Pelo prato ser bastante delicado, tomei o cuidado de abrir o exemplar mais velho desta denominação de minha adega, um Rocca delle Macìe Classico Riserva de 1997, esta combinação nos proporcionou ótimos momentos.

Próximo passo foi o de organizar a tradicional degustação (às cega) com os vinhos que acompanhariam o prato principal, uma Lasanha de Bacalhau. Vejamos os vinhos escolhidos por cada  casal, meus comentários sobre cada um deles e a classificação final dada pelo grupo.

Alberto e Rosi Baggiani
– Quinta do Monte D’Oiro 2004 Alenquer Portugal (Tinto)
Fernando e Maria Helena Quartim
– Château Du Citeaux Meursault 1er Cru Perriéres 2007 – Borgonha – França
– Quinta Generacion 2004 – Colchagua – Chile
Paulo e Alice Sampaio  
– Vasse Felix Chardonnay Margaret River – Austrália
Sidney e Mariangela Forni
– Campilho Gran Reserva 1995 Rioja Espanha (Tinto)
Walter e Liliana Tommasi
– Bogle Chardonnay 2007 – Califórnia – USA

BRANCOS




Vinho 1 – Quinta Generacion Branco 2004 – Produzido pela Casa Silva este vinho é um corte de 40% Viognier/ 40% Sauvignon  Gris e 20% Chardonnay.  Palha brilhante. Olfativamente Cítrico, herbáceo, abacaxi, baunilha marcada. Na boca ótima acidez, bom corpo persistência longa retrogosto frutado com toque de menta. NOTA 88/100





Vinho 2 – Château Du Citeaux Meursault 1er cru Perriéres 2007– Palha Verdeal, brilhante. Alta mineralidade, petrolato, pêssegos, abacaxi, lácteo e tostado. Na boca acidez marcada, corpo médio, seco, persistência longa e retrogosto mineral com muito frescor. NOTA 89/100




Vinho 4 – Vasse Felix Chardonnay – Um vinho que foi facilmente reconhecido comno novo mundo pela sua estrutura. -Dourado brilhante. Olfativamente marcado por frutas, abacaxi, e toque petrolato, pedra de isqueiro, e leve adocicado. Na boca, intenso, acidez correta, corpo e persistência longa e retrogosto frutado com toque amadeirado. NOTA 87,5/ 100




Vinho 6 – Bogle Chardonnay 2007 – Um surpreendente americano sem a característica básica que marca os chardonnays dos USA “o gosto de madeira/baunilha”. – Palha brilhante. Olfativamente frutado, abacaxi, lácteo, pêra e maça. Na boca boa acidez, corpo médio e retrogosto com leve abacaxi. NOTA 86/100





TINTOS



Vinho 3 – Quinta do Monte D’Oiro Reserva 2004- Um corte português contendo 96% de Syrah,e 4% da branca Viognier, passa por 18 meses de barrica e um ano e meio de garrafa. Rubi, alta concentração, sem halo. Olfativamente vinoso, floral, violetas, cereja, herbáceo e tostado. Na boca sêco, boa acidez, taninos presentes, bom corpo e persistência e retrogosto lembrando cerejas. NOTA 86/100




Vinho 5 – Campilho Gran Reserva 1995 – Um Rioja de qualidade produzido co as tradicionais uvas Tempranillo, e maturado por 24 meses em barricas francesas da Allier. Rubi, alta concentração, sem halo. Olfativamente, complexo, cerejas maduras, evoluído, toques balsâmicos, sottobosco, tostado, tabaco. Na boca tripé correto, suculento, corpo médio para longo, persistência longa e retrogosto de frutas evoluídas. NOTA 90/100



Na opinião do grupo a classificação dos vinhos sozinhos ficou assim

BRANCOS
1)      Château Du Citeaux Meursault 1er Cru Perriéres 2007
2)      Quinta Generacion 2004
3)     Vasse Felix Chardonnay 2006
4)     Bogle Chardonnay 2007

TINTOS
1)     Campilho Gran Reserva 1995
2)     Quinta do Monte D’Oiro 2004



COMPATIBILIZAÇÃO

Considerando a opinião média dos 10 participantes. A melhor compatibilização de vinho com a Lasanha ao Bacalhau coube ao Bogle Chardonnay, seguido dos outros três brancos, o Vasse Felix Chardonnay, o Château Du Citeaux Meursault, e o Quinta Generacion, e ai os dois tintos, Quinta do Monte D’Oiro , e o Campilho Gran Reserva.

Considerando apenas a minha avaliação. O primeiro lugar ficou para o Château Du Citeaux Meursault um Chardonnay delicado e ácido que combinou perfeitamente com a leveza da lasanha. Em segundo lugar ficou o Bogle, em terceiro fiquei com o tinto Campilho Gran Reserva muito bem balanceado e amaciado devido a idade, em quarto o Quinta Generacion branco já evoluido, em quinto o estruturado branco Vasse Felix Chardonnay, e em último o potente Quinta do Monte D’Oiro.

Após a compatibilização do prato principal servimos uma intrigante sobremesa Frutta cotta al Mascarpone  , para a qual coloquei dois vinhos de sobremesa que muita gente acha ser  o mesmo, mas que são produzidos de formas diferentes: O Moscato de Pantelleria, um vinho dentro dos padrões normais de produção mas que tem como diferencial o fato de ser elaborado com uvas passitas e o Moscatel de Setubal que é um vinho fortificado, ou seja, que recebe um pequeno volume de aguardente vínica.
DESCRITIVO E NOTAS



Moscato di Pantelleria Málika DOC 1999 – Vinho doce elaborado com uvas Zibibbo que sofrem o processo de secagem, plantadas no tradicional sistema Alberello na ilha siciliana de Pantelleria, 12,5% graus de álcool. – De cor âmbar média concentração, toque esverdeado. Olfativamente, muito complexo, aromas evoluídos, figo seco, uvas passas, confeitado, mel, ligeiro herbáceo. Ótima acidez, macio, corpo e persistência média para longa, doçura ideal, e final de boca com frutas secas. NOTA 88/100.


Moscatel de Setubal J.P. doc 2000 – Produzido pela Bacalhoa vinhos de Portugal este vinho é elaborado com a casta do mesmo nome, que foi fortificado durante seu processo de produção, passando posteriormente por estagio em carvalho por 3 anos. 17,5% graus de álcool. Âmbar claro. Olfativamente complexo, com predominância de casca de laranja, mel, frutas secas e leve toque herbáceo. Na boca, também muito fresco, mas com o toque característico ligeiramente alcoólico dos fortificados, com boa estrutura, doçura correta e final de boca delicadamente frutado, com notas tostadas. NOTA 87/100.


OBS: Tanto para o grupo como para mim o Moscato de Pantelleria foi eleito como o vinho mais agradável quando sozinho, enquanto que com a sobremesa o Moscatel de Setubal se deu melhor.

Bem vamos ficar no aguardo de nosso próximo encontro que terá como anfitriões o Paulo e a Alice Sampaio, mas isto só no próximo ano.

Walter Tommasi

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