Paul Hobbs e seus Cobos

Para nosso prazer já está virando praxe todos
os anos Paul Hobbs vir ao Brasil para promover seus vinhos. Desta feita recebi
o convite da Grand Cru que importa sua linha de vinhos Cobos. O evento deste
ano foi mais amplo do que os anteriores contando com a presença da mídia
especializada, além dos formadores de opinião e um grande número de sommeliers
e donos de restaurantes. Este verdadeiro  “One man show”  entreteve este amplo público contando sua
história desde a  infância como
filho de fazendeiro, até hoje, um dos mais renomados enólogos do mundo e sócio
proprietário de vinícolas como a Cobos que iniciou suas atividades em 1998 na
Argentina, a Paul Hobbs Winery, e a Cross Barn nos EUA. Paul também deixa sua
marca através da linha Crocus em Cahors na França, Yacoubian-Hobbs na Armênia,
e em breve com seus novos projetos  New
York Finger Lakes , e na Galicia na Espanha.
Durante nosso encontro tivemos a oportunidade
de provar 4 vinhos:

Bramare Los Arbolitos Chardonnay 2006 – Palha
indo para dourado. Nariz complexo com frutas azedas, mineral, leve cítrico. Ótima
acidez, fresco, corpo médio, final de boca com abacaxi maduro, leve manteiga, e
baunilha. Um vinho com olfativo limpo e direto e boca mais untuosa e senhoril,
agradou demais.

Bramare Chañares Cabernet Franc 2015 – Rubi
extra tinto, sem halo. Frutas negras frescas hortela. orégano, grafite, sangue,
especiarias, e alcaçuz. Ótima acidez, taninos finos ainda presentes, corpo médio,
retrogosto frutado, café e tinta nankim. Um vinho surpreendente , para os
apreciadores do estilo de vinho mais direto,um dos meus destaques


Bramare Chañares Malbec 2015 – Violáceo  extra tinto sem halo. Floral, framboesa, chocolate,
e tostado. Alta acidez, corpo médio taninos delicados e resolvidos, final muito
fresco com toque e café. Um vinho mais pronto e fácil de beber do que o
anterior mas de muita qualidade

 Cobos
Chañares Malbec 2014
– Rubi e violáceo extra tinto sem halo. Mineral, toque
floral, frutas negras, menta, tostado. Ótima acidez, taninos finos empoeirados,
corpo médio, retrogosto cereja no licor e alcaçuz. Um vinho com muitas camadas
aromáticas, mais estruturado, com tremendo potencial de guarda.

Os vinhos de Paul desmentem a fama dele ser um
produtor que interfere demais no processo. Seus vinhos, elaborados com leveduras
naturais, colheitas noturnas são caracterizados por um perfeito balanço entre
acidez, taninos e álcool, aromaticamente limpos com muita fruta e toques
terciários. Claro que no passado seus vinhos também foram muito mais alcoólicos
e marcados pela madeira, como  a maioria dos grandes vinhos  daqueles tempos, mas estamos em
um novo momento , quem duvidar prove este Cabernet Franc!

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