Walter Tommasi e Matias Ciciani |
A Escorihuela Gascon é uma das mais
tradicionais vinícolas da Argentina, fundada em 1884 pelo espanhol Don Miguel
Escorihuela Gascon, vinícola sempre reconhecida como produtora de vinhos de
alta qualidade que hoje é de propriedade do grupo Catena Zapata o que lhe dá
ainda maior reconhecimento entre os bons apreciadores de vinho do mundo. E foi o
vinho ícone desta marca que nesta semana tive o prazer de degustar em uma surpreendente
vertical organizada pela importadora Grand Cru, que contou com a presença e
apresentação do enólogo da marca, o jovem Matias Ciciani. Mais uma vez participar
de verticais deste calibre me compelem a buscar as diferenças entre as safras e
o por que das mesmas. Neste caso ficou claro que as grandes variações ocorreram
não apenas pelas mudanças climáticas, mas principalmente pela mão dos enólogos
que elaboraram cada um dos vinhos, e pela tendência de preferência do mercado
consumidor. OBS: Todos os Don hoje são certificados como de agricultura
biodinâmica.
tradicionais vinícolas da Argentina, fundada em 1884 pelo espanhol Don Miguel
Escorihuela Gascon, vinícola sempre reconhecida como produtora de vinhos de
alta qualidade que hoje é de propriedade do grupo Catena Zapata o que lhe dá
ainda maior reconhecimento entre os bons apreciadores de vinho do mundo. E foi o
vinho ícone desta marca que nesta semana tive o prazer de degustar em uma surpreendente
vertical organizada pela importadora Grand Cru, que contou com a presença e
apresentação do enólogo da marca, o jovem Matias Ciciani. Mais uma vez participar
de verticais deste calibre me compelem a buscar as diferenças entre as safras e
o por que das mesmas. Neste caso ficou claro que as grandes variações ocorreram
não apenas pelas mudanças climáticas, mas principalmente pela mão dos enólogos
que elaboraram cada um dos vinhos, e pela tendência de preferência do mercado
consumidor. OBS: Todos os Don hoje são certificados como de agricultura
biodinâmica.
O painel apresentado foi composto pelas safras 2006, 2008 e 2009 elaborados pela competente enóloga
Estela Perinetti que também desenvolveu a linha La Posta e Luca do grupo Catena
Zapata, outra informação importante é que 2006 contou com a consultoria de
americano Paul Hobbs. As safras 2009, 2011 e 2012 elaborados por Ernesto Bajda
que continua fazendo parte do grupo de enólogos comandados pelo mago Alejandro
Vigil. Finalmente as safras 2013, 2014, 2015 já das mãos de Matias Ciciani.
Minhas considerações: As três primeiras safras apresentaram características
típicas do que chamamos de vinhos fruit bomb ou novo mundistas com forte
presença olfativa, corpo robusto, e forte presença de terciários, e álcool mais
marcado.Destaque para 2006 que apresentou um balanço de boca encantador. Nas
três safras seguintes, vinhos menos pesados, ainda muito intensos no olfato,
mas com corpo menos intenso e curiosamente com forte presença de alcaçuz. Finalmente
,os últimos três trazendo um estilo mais leve e delicado tanto no
nariz como na boca, mais diretos e limpos, onde senti uma progressão no balanço
dos mesmos com destaque para este maravilhoso 2015.
Estela Perinetti que também desenvolveu a linha La Posta e Luca do grupo Catena
Zapata, outra informação importante é que 2006 contou com a consultoria de
americano Paul Hobbs. As safras 2009, 2011 e 2012 elaborados por Ernesto Bajda
que continua fazendo parte do grupo de enólogos comandados pelo mago Alejandro
Vigil. Finalmente as safras 2013, 2014, 2015 já das mãos de Matias Ciciani.
Minhas considerações: As três primeiras safras apresentaram características
típicas do que chamamos de vinhos fruit bomb ou novo mundistas com forte
presença olfativa, corpo robusto, e forte presença de terciários, e álcool mais
marcado.Destaque para 2006 que apresentou um balanço de boca encantador. Nas
três safras seguintes, vinhos menos pesados, ainda muito intensos no olfato,
mas com corpo menos intenso e curiosamente com forte presença de alcaçuz. Finalmente
,os últimos três trazendo um estilo mais leve e delicado tanto no
nariz como na boca, mais diretos e limpos, onde senti uma progressão no balanço
dos mesmos com destaque para este maravilhoso 2015.
Vamos a eles:
Don 2006 – Rubi, extra tinto, leve halo. Muito complexo aromaticamente, ameixa, menta,
terroso, chocolate e tostado. Boa acidez, maduro, taninos presentes já domados,
corpo amplo, final deliciosamente elegante com ameixa no retrogosto. Um vinho
estruturado mas muito bem balanceado e sedoso. No ponto certo de consumo. Foi
um dos meus dois favoritos.
terroso, chocolate e tostado. Boa acidez, maduro, taninos presentes já domados,
corpo amplo, final deliciosamente elegante com ameixa no retrogosto. Um vinho
estruturado mas muito bem balanceado e sedoso. No ponto certo de consumo. Foi
um dos meus dois favoritos.
Don 2008 – Rubi indo para granada,
concentrado, halo de evolução. Muita
fruta, cereja, menta, couro, e leve toque de alcaçuz. Acidez média, taninos
ainda verdes, corpo amplo, ponta de álcool, retrogosto frutado. Um vinho mais estruturado, pesado e rústico.
concentrado, halo de evolução. Muita
fruta, cereja, menta, couro, e leve toque de alcaçuz. Acidez média, taninos
ainda verdes, corpo amplo, ponta de álcool, retrogosto frutado. Um vinho mais estruturado, pesado e rústico.
Don 2009 – Violáceo, extra tinto, sem halo.
Olfativamente frutado, mas mais fechado, presença de herbáceo, grama cortada,
cereja no licor, especiarias e floral. Boa acidez, taninos ainda verdes, alcoólico,
bom corpo, final de boca mais frutado, alcoólico e rústico, foi o que menos me
agradou.
Olfativamente frutado, mas mais fechado, presença de herbáceo, grama cortada,
cereja no licor, especiarias e floral. Boa acidez, taninos ainda verdes, alcoólico,
bom corpo, final de boca mais frutado, alcoólico e rústico, foi o que menos me
agradou.
Don 2011 – Rubi, extra tinto, sem halo. Olfativamente
muito floral, frutas vermelhas maduras, chocolate, certa mineralidade. Na boca,
boa acidez, taninos presentes, pontinha de álcool, corpo médio, final de boca com
alcaçuz. Vinho mais elegante e herbáceo do que os anteriores, mas gostoso de
beber.
muito floral, frutas vermelhas maduras, chocolate, certa mineralidade. Na boca,
boa acidez, taninos presentes, pontinha de álcool, corpo médio, final de boca com
alcaçuz. Vinho mais elegante e herbáceo do que os anteriores, mas gostoso de
beber.
Don 2012 – Rubi, média concentração, sem
halo. Frutas vermelhas maduras, especiarias, terroso, floral delicado, e ervas
aromáticas. Ótima acidez, taninos presentes, corpo médio. Outro vinho mais
delicado, herbáceo, mas marcado pelo excesso de alcaçuz no retrogosto, ficou um
pontinho atrás do anterior
halo. Frutas vermelhas maduras, especiarias, terroso, floral delicado, e ervas
aromáticas. Ótima acidez, taninos presentes, corpo médio. Outro vinho mais
delicado, herbáceo, mas marcado pelo excesso de alcaçuz no retrogosto, ficou um
pontinho atrás do anterior
Don 2013 – Violáceo, ralo, sem halo. Frutas
confitadas, floral, leve herbáceo, e mineral. Boca delicada, acidez correta,
taninos finos presentes, corpo médio, retrogosto frutado e presença de alcaçuz menos intensa que o
anterior. Um vinho que pede garrafa, ainda muito jovem.
confitadas, floral, leve herbáceo, e mineral. Boca delicada, acidez correta,
taninos finos presentes, corpo médio, retrogosto frutado e presença de alcaçuz menos intensa que o
anterior. Um vinho que pede garrafa, ainda muito jovem.
Don 2014 – Rubi, média concentração, sem
halo.Frutas vermelhas, tomilho, e flores secas. Ótimo balanço de boca, delicado,
alta acidez, taninos finos, corpo médio, retrogosto frutado com presença de
tomilho.
halo.Frutas vermelhas, tomilho, e flores secas. Ótimo balanço de boca, delicado,
alta acidez, taninos finos, corpo médio, retrogosto frutado com presença de
tomilho.
Don 2015 – Rubi, média concentração, sem
halo. Olfativamente complexo, frutas vermelhas maduras, flores secas, tomilho,
certa mineralidade. Na boca tripé acidez, taninos, e álcool em perfeita
harmonia. Um vinho jovem, mas pronto para beber, de estilo elegante e com certa
suculência. Foi meu outro favorito, lembrou o 2014 mas estava mais refinado e
pronto.
halo. Olfativamente complexo, frutas vermelhas maduras, flores secas, tomilho,
certa mineralidade. Na boca tripé acidez, taninos, e álcool em perfeita
harmonia. Um vinho jovem, mas pronto para beber, de estilo elegante e com certa
suculência. Foi meu outro favorito, lembrou o 2014 mas estava mais refinado e
pronto.
O Don é o vinho ícone desta vinícola, sendo elaborado
com 100% de uvas Malbec do quartel 6 do vinhedo El Cepillo localizado no Vale
de Uco, na Argentina.
com 100% de uvas Malbec do quartel 6 do vinhedo El Cepillo localizado no Vale
de Uco, na Argentina.