Alentejo: O Clássico e o Moderno

Meu dia a dia anda bem agitado e com isto continuo
atrasado com as notas referentes aos eventos que tenho participado, hoje
atualizo “Alentejo: O Clássico e o Moderno” que ocorreu em São Paulo no dia 15
de Outubro e que contou com a apresentação cada vez mais cheia de conteúdo do
amigo Alexandre Lalas. 

O evento que ocorre uma vez ao ano no Brasil, passou em
2018  pelos estados de São Paulo, Rio de
Janeiro, Bahia, e Santa Catarina, como sempre organizado pela Comissão
Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA). O objetivo deste ano foi o de mostrar as
grandes variações de estilo que os vinhos desta região pode ter, tanto pela
mudança de sub regiões, como de estilo de produção, e com isto terminar com o batido rótulo errôneo
de que o Alentejo é uma região onde todos os vinhos são pesados, alcoólicos bem no estilo
novomundista. O Alentejo é dividido em oito sub-regiões a saber: Portalegre e Borba,
de vinhos mais elegantes e leves, Vidigueira e Redondo com vinhos estruturados, untuosos mas muito bem balanceados. Reguengos, Évora, Moura, e Granja/Amareleja com
exemplares mais potentes.  Durante o
evento tive a oportunidade de participar do Master Class provando os seguintes
vinhos:

Dona Maria Rose
2017
, de Julio Bastos . Corte de Touriga Nacional e Aragonez – Rosé bem claro,
pera, tutti frutti, ótima acidez, fresco, elegante, e vibrante,

Porta da Ravessa
Reserva 2016
, da Adega de Redondo, Corte com Trincadeira, Aragonez, Alicante
Bouchet, e Cabernet Sauvignon – Rubi violáceo, sem halo. Fruta vermelha doce, floral
intenso, boa acidez, taninos ainda verdes, corpo médio, rústico
Art. Terra Amphora
tinto 2017
da Casa Relvas – Corte de Moreto, Aragonez, e Trincadeira – Violáceo
alta concentração sem halo.  Floral,
violetas, frutas negras confitadas, cítrico, terroso, com ótima acidez, taninos
presentes finos, corpo médio, final de boca vibrante.
Adega de Borba Reserva
Tinto 2013
, da Adega de Borba – Corte de Aragonez, Trincadeira, Alicante
Bouchet, e Castelão.  – Rubi, média concentração,
leve halo.  Fechado, mineral, fruta negra,
e toque herbáceo. Ótima acidez, taninos presentes, corpo médio, final de boca
amplo com predominância frutada e de especiarias. Vinho senhoril mais austero.
Cortes de Cima Tinto
2013
da Vinícola Cortes de Cima – Corte de Petit Verdot, Aragonez, Touriga
Nacional, e Syrah. – Rubi, extra tinto, sem halo. Grafite, floral , mineral, fruta
negra madura ,e menta. Boa acidez, taninos finos, bom corpo, ponta de álcool, retrogosto
agradavelmente frutado. 

Jose de Sousa Mayor
Tinto 2015
da José Maria da Fonseca – Corte de Trincadeira, Granoir, e Aragonez
  Granada, ralo, sem halo. Frutas
vermelhas maduras, floral delicado, boa acidez, quente, taninos finos, mas ainda
verdes, corpo médio final rústico.
Cartuxa Tinto 2014,
da Cartuxa – Corte de Aragonez, Trincadeirra e Alicante Bouchet. –  Rubi, boa concentração sem halo.  Frutas vermelhas, terroso, lácteo, e floral.
Boa acidez, macio, taninos presentes, corpo médio, gastronômico e mais sedoso
que os anteriores.

Esporão Reserva
Tinto 2015
da Esporão – Corte de Aragonez, Trincadeira , Alicante Bouchet, e
Cabernet Sauvignon. –   Violáceo, média
concentração, sem halo.  Frutas vermelhas,
coco, herbáceo, e floral.  Ótima acide,
quente, corpo intenso, final de boca bem frutado e amadeirado.
Marquês de Borba
Reserva  Tinto 2014
 da J. Portugal Ramos. – Corte de Trincadeira,
Aragonez, Cabernet Sauvignon, e Alicante Bouchet – Granada, média concentração,
sem halo. Frutas vermelhas maduras, ligeira acidez volátil, floral, fósforo, e
leve tosta. Vinho elegante, austero, ótima acidez, taninos finos, corpo curto, final de
boca limpo fino e delicado.

Um festival de
grandes vinhos, cada um com sua característica e estilo. Meus destaques por ordem de
preferência:  Marquês de Borba Reserva, Cartuxa,
Cortes de Cima, e Dona Maria Rosé.

Parabéns à CVRA e às vinícolas participantes e até o próximo ano.

CVRA : Site –  www.vinhosdoalentejo.pt 

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