Anteprima Nobile di Montepulciano safras 2016 e 2017

Walter Tommasi, Marcelo Copello, e Eduardo Milan 
Quem já
esteve em Montepulciano certamente pode confirmar  a presença de vinícolas históricas algumas
delas dentro dos muros desta linda cidade, mas pouca gente sabe que seus vinhos
já foram a grande referência de vinhos de alta qualidade bem a frente dos hoje
badalados, Brunellos , Supertoscanos e até mesmo dos Chianti Clássicos que dia
a dia ganham projeção mundial. Antigos documentos de 790 depois de Cristo comprovam
a doação de vinhedos para a igreja, e outros de 1350 estabelecem as cláusulas
de comércio de vinhos de Montepulciano. Até mesmo Voltaire em seu livro “O
Candido” menciona a comida da Lombardia e os vinhos de Montepulciano. A denominação
Vino Nobile começa a ser utilizada em 1787, mas sua DOC é somente confirmada em
1966 após a oficialização do Consórcio do Vinho de Montepulciano, e sua DOCG chega
em 1980. 

Esta matéria será o início de uma série de postagens sobre os
principais Players desta região toscana, mas para tanto vamos iniciar conhecendo
alguns números importantes:
Área Total
16,5 mil hectares sendo 1,4 mil hectares plantados com vinhedos.
Produção  de vinhos DOCG (Vino Nobile) em 2019 – 6.220.783
garrafas.
Produção  de vinhos DOC (Rosso) em 2019 -2.660.862
garrafas
Número de produtores
– 78 sendo todos membros do Consórcio

Nas Anteprimas
deste ano a maioria dos produtores apresentaram seus Nobiles e Selezione de
2017, e os Riserva de 2016. A safra 2017 mesmo tendo 5 estrelas pelo Consórcio,
foi um ano muito difícil com perdas de produção ficando entre 30 e 45 % dependendo
da localidade. Os bagos de uva foram menores do que a média trazendo uma
relação de casca e polpa mais intensa para a casca o que gerou vinhos mais
tânicos, por outro lado o teor de açúcar foi médio para médio alto que levou a elaboração
de vinhos de corpo médio. Ofativamente apresentaram uma predominância frutada onde
a maturidade excessiva foi destaque. Provei 30 vinhos desta safra e devo dizer
que não entendi as 5 estrelas dadas a ela. A maioria dos vinhos por mim
provados apresentou aromas de frutas vermelhas maduras quase cozidas. Na boca
acidez menor do que esperada, taninos muito intensos e secos e corpo médio. Por
outro lada a safra de 2016 que recebeu 4 estrelas do consórcio foi  de um ano difícil, caracterizado por estresse
hídrico e térmico limitado (para os experts locais lembrou a safra de 2013),
propícia à produção de vinhos qualidade, mas que exigiu um gerenciamento
cuidadoso da colheita  e da classificação
rigorosa das cachos colhidos. Desta safra provei 17 exemplares do Nobile Riserva
que para mim comprovaram a prova do ano passado quando degustei 29 Nobiles que
em geral me agradaram mesmo que apresentassem um excesso de taninos e um ligeiro
amargor final. Parece que o tempo de guarda em barrica fizeram bem pois arredondaram
os vinhos. 

Meus destaques do ano foram:
NOBILE RISERVA 2016: Carpineto,
Bindella, Boscarelli, Il Molinaccio La Poiana, Le Bertille, Tenuta Trerosse
Simposio, e Icario Vitaroccia. 
NOBILE  e
SELEZIONE 2017:  Dei, Boscarelli, Gattavecchi,Poliziano,
Valdipiata Tenuta D’Alfiero, e Lunadoro Pagliareto.

No próximo
post vamos conhecer um dos principais produtores da região e os comentários dos
vinhos dele por mim provados.

Deixe um comentário