O tema da degustação deste mês foi “Vinhos Laranja” que por ser mais restrito em termos de oferta levantou alta expectativa dos participantes. O processo de vinificação é antiquíssimo e teve início na Georgia, e que basicamente consiste em macerar uvas brancas da mesma forma que se faz com as tintas ou seja em contato com as cascas, com isto vinho branco apresenta cor mais alaranjada chegando ao âmbar o que não impacta em nada na qualidade do vinho, mas por outro lado lhe concede mais textura e presença de taninos, o que torna o vinho mais gastronômico. O responsável pela globalização dos vinhos laranjas foi Josko Gravner genial produtor esloveno/ friulano que após visitar a Georgia decidiu abandonar o estilo de vinhos que fazia iniciando a técnica ancestral dos vinhos laranjas no Friuli. Nossa degustação realizada como sempre às cegas contou com 7 vinhos trazidos por 6 confrades (Alessandro, João Luiz, Marcio, Paulo, Kel e Walter). Devo admitir que eu esperava um painel bem competitivo com grandes vinhos mas não correu bem assim. Vamos aos vinhos degustados e seus descritivos em minha opinião:
Vinho 1-– Viapiana Microlotes 2017 – Flores da Cunha – Brasil -100% Gros Manseng com 12% de álcool – Âmbar claro brilhante. Frutas amarelas com evolução, pêssego, casca de mexerica, e floral que me lembrou lírio. Na boca boa acidez, taninos presentes, abre alcoólico, mas sensação desaparece rapidamente, longo, retrogosto químico, picante com fruta maduras. Um bom vinho, mas ainda não totalmente não resolvido. Trazido pelo confrade Kel
Vinho 2 – Glup 2018 – Colchagua Chile – 100% Chenin Blanc com 12,2% de álcool. Palha brilhante. Olfativamente, fechado, flores brancas, certa mineralidade, e leve toque cítrico. Ótima acidez, seco, tânico, corpo médio, final de boca fresco, picante e adstringente com notas verdes. Um vinho muito magro sem grandes predicados. Trazido pelo confrade Alessandro
Vinho 3 – Alto do Joá 2017 – Trasmontano – Portugal – Corte de Esgana Cão, Formosa, Siria, Douradinha , Gouveio, Folgasão, Chasselas,e outras não identificadas com 13% de álcool – âmbar bem intenso, e levemente turvo. Cítricos doces como mexerica, grapefruit, laranja, toque de Guaraná, mineral e tostado. Na boca, intenso, alta acidez, taninos comportados, alcoólico, e encorpado, final de boca com chá preto, madeira e ligeiro amargor. Trazido pelo confrade João Luiz
Vinho 4 – Zaranda 2018 – Itata – Chile – 100% de Moscatel de Alexandria 12,8% de álcool. – Palha claro, brilhante. Predominância floral e cítrica, toque de camomila, e leve oxidativo. Boa acidez, taninos delicados, corpo médio, final seco lembrando um fino. Vinho com personalidade própria, me agradou muito. Trazido pelo confrade Paulo
Vinho 5 – COS Phitos Bianco 2016 – Sicília Itália – 100% Grecanico com 11,5% de álcool. – Âmbar escuro. Guaraná, cereais, caqui e toque terroso. Boca austera, extra dry, taninos marcados, corpo médio,final terroso e mineral sem presença de frutas. Gosto muito dos vinhos deste produtor, mas este branco não fez minha cabeça, muito extremo e sem presença de frutas. Trazido pelo confrade Marcio
Vinho 6 – Shabo Ânfora 2011 – Kakhetian – Georgia – 100% Rkatsiteli com 11,5% de álcool. – âmbar extra tinto com reflexos esverdeados. Pêssego, leveduras, floral lembrando lírio, mexerica e guaraná. Alta acidez taninos presentes sem incomodar, estruturado, final de boca austero com presença de frutas secas, nozes. Trazido pelo confrade Marcio
Vinho 7 – Âmbar Atelier Tormentas 2014 – Campos de Cima Brasil – 100% Sauvignon Blanc com 12,2% de álcool. – âmbar de boa a intensidade. Floral, manjericão, sálvia, couro, cereais, e legumes cozidos. Na boca ótima acidez, presença de acidez volátil, encorpado, retrogosto com grapefruit e esmalte. Tempo de garrafa não fez bem a este vinho, tinha gostado muito mais de exemplar provado 3 anos atrás. Trazido pelo confrade Walter
Minha classificação: 1º Alto do Joá 2017, 2º Zaranda 2018, 3º Viapiana Microlotes 2017, 4º Shabo 2011, 5º Glup 2018, 6º Âmbar Atelier Tormentas 2014, 7º COS Pithos Bianco 2016
Classificação do grupo: 1º Viapiana Microlotes 2017, 2º Alto do Joá 2017, 3º Zaranda 2018, 4º Glup 2018. 5º Âmbar Atelier Tormentas 2014, 6º Shabo 2011, 7º COS Pithos Bianco 2016.