Wine Street se reuniu virtualmente mais uma vez no dia 20 de Maio, desta vez para colocar 3 ótimas regiões de produção de vinhos considerados de alta gama e que tem algo em comum ou seja: Douro e Ribera del Duero compartilham as aguas do mesmo rio, e Rioja e Ribera del Duero são muito próximas e utilizam a mesma uva. Mas na verdade os vinhos elaborados dentro de cada região são bem diferentes entre eles. Comparando os espanhóis, Rioja tem um clima mediterrâneo e seus vinhos costumam ser mais elegantes e delicados, mais impactantes no nariz com muita fruta, já os de Ribera tem clima continental, insolação intensa, mais quente e seus vinhos são mais estruturados, alcoólicos e austeros aromaticamente, alguns experts comparam Rioja a Borgonha e Ribera a Bordeaux, teoria que eu não concordo, mas que tenta mostrar a diferença de peso de cada região. Já quando comparamos Douro e Ribeira o clima de ambos é parecido, mas os solos são diferentes com Douro tendo predominância de xisto e rico em ingredientes, enquanto Ribera é calcáreo arenoso muito pobre em ingredientes. Ambos os vinhos são estruturados alcoólicos, potentes, sendo os do Douro um pouco mais minerais. As outras diferenças ficam por conta das variedades, enquanto os portugueses são elaborados com as uvas locais como Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e outras, e os vinhos da Ribera vão de Tempranillo, Cabernet Sauvignon e outras uvas francesas com descritivos olfativos bem diferentes. A seguir meus comentários sobre cada um de nossos exemplares:
Agnus de Autor Crianza 2017 – Corte com 95% Tempranillo e 5% Graziano 14% de álcool –Rubi com reflexos violáceos, média concentração, sem halo. No nariz frutas vermelhas frescas, giz, flores do campo, grama cortada, leve lácteo e baunilha. Na boca, boa acidez, taninos ainda presentes empoeirados, corpo médio, final seco, amendoado e vinoso. Vinho básico sem grandes predicados mas que a mim agradou por ser bem gastronômico. – Trazido pelo confrade Calabro. – Minha nota 89 – Nota média do grupo 88,6
Marqués de Murrieta Gran Reserva 2005 – Rioja – Espanha – Corte com 84% Tempranillo, 13% Garnacha, e 3% Manzuelo com, 13,5% de álcool –Rubi, média concentração halo de evolução. Chegou fechado mais aos poucos com o tempo de taça abriu sua paleta de aromas com frutas vermelhas maduras, tabaco, coco, terroso leve manteiga, flores escuras secas, e especiarias. Na boca um espetáculo, tripe acidez, taninos e álcool em linha tornando o vinho sedoso e suculento. Um Rioja de carteirinha, para mim superior a todos os outros vinhos degustados antes de ver os rótulos. Um gran reserva de classe. Trazido pelo confrade Joao Luiz. – Minha nota 90 – Nota média do grupo 90,7
Finca San Martin Crianza 2017 – Rioja – Espanha – Varietal 100% Tempranillo, com 14,5 % de álcool – Rubi violáceo, média concentração sem halo. Frutas vermelhas frescas, leveduras, estuque, toque lácteo, e especiarias doces. Na boca ótima acidez, seco, taninos leves e limpos, ponta de álcool final frutado e marcado pela baunilha. – Minha nota 89,5 – Nota média do grupo 91,5 – Confrade Miguel
Valduero Crianza 2016 – Ribera del Duero – Espanha – Varietal 100% Tempranillo com 14% de álcool. – Rubi, violáceo, concentrado, sem halo. Fruta com dulçor, perfumado, grama cortada, floral e químico. Na boca acidez cortante, seco, taninos bem presentes corpo médio, ponta de álcool, retrogosto frutado e tostado. Gostaria de prova-lo daqui uns 3 anos para ver se perdeu as arestas. Minha nota 88,5 – Nota média do grupo 89,6. Confrade Marcio
Milcampos Vñas Viejas 2012– Ribera del Duero Espanha – Varietal 100% Tempranillo – com 13,5% de álcool. – Rubi, extra tinto, sem halo. Forte presença de aromas herbáceos, frutas negras maduras, cereja no licor, estuque, e iodo. Alta acidez, seco, taninos ainda presentes ainda verdes, corpo médio final rústico. Vinho curioso, ficou em segundo para o grupo e em 6º para mim. As cegas achei que fosse um vinho novo, com muito verde e com arestas. Após aberto penso que me decepcionei ainda mais pois já era tempo de ter arredondado e ser mais agradável olfativamente com a madeira trazendo notas terciárias. De qualquer forma de 7 degustadores só eu não gostei. Minha nota 88 – Nota média do grupo 90,3 Confrade Alessandro
Quinta Nova de N. Sra. do Carmo 2007 – Douro – Portugal – Varietal 100% Touriga Nacional com 15% de álcool. Minha nota 89 –Rubi, extra tinto, com halo. Violetas, frutas vermelhas bem maduras quase confitadas, herbáceo e tostado lembrando cacau. Na boca ótima acidez, taninos presentes mas polidos, corpo amplo, longo, retrogosto confirmando as frutas maduras o tostado e um ligeiro amargor. Vinho maduro pronto para beber. Minha nota 89. Nota média do grupo 89,80 – Confrade WTommasi
Palato do Côa 2016 – Douro – Portugal -Varietal 100% Touriga Nacional com 13,5 de álcool . – Violáceo, alta concentração sem halo. Frutas negras frescas, violetas, leveduras e um perfumado enjoativo que me lembrou sabonete Lux. Na boca alta acidez, taninos verdes final de boca herbáceo. Vinho ainda jovem mas não vejo muito potencial de guarda nele. – Minha nota 88 – Nota média do grupo 88,6 – Confrade Kel
Minha classificação para os vinhos: 1º Lugar Marqués de Murrieta Gran Reserva 2005, 2º Finca San Martin Crianza 2017, 3º Quinta Nova de N. Sra. do Carmo 2007, 4º Agnus de Autor Crianza 2017, 5º Valduero Crianza 2016, 6º Milcampos Viñas Viejas 2012, 7º Palato do Côa 2016
Classificação do Grupo: 1º Lugar Marqués de Murrieta Gran Reserva 2005, 2º Milcampos Viñas Viejas 2012, 3º Quinta Nova de N. Sra. do Carmo 2007, 4º Valduero Crianza 2016, 5º Finca San Martin Crianza 2017, 6º Palato do Côa 2016, 7º Agnus de Autor Crianza 2017
Os favoritos de cada confrade
Marqués de Murrieta Gran Reserva 2005 para Alessandro, João Luiz, Marcio, e W Tommasi.
Milcampos Viñas Viejas 2012 para o Calabró
Palato do Côa 2016 para o Miguel
Valduero Crianza 2016 para o Kel