Vega Sicilia e seus Ícones

Vega Sicilia é certamente um dos nomes mais importantes entre os vinhos espanhóis, empresa marcada pelas constante mudança de propriedade sem entretanto perder a qualidade de seus vinhos. Tudo começou em Ribera del Duero onde a Vega Sicilia foi fundada em 1864, por Eloy Lecanda que decidiu mesclar uvas francesas como Cabernet Sauvignon e Merlot com a nativa Tempranillo, o próximo proprietário foi a família Herrera responsáveis por lançar os rótulos Único e Valbuena, já em 1952 a vinícola é vendida para a Prodes uma produtora de sementes que em 1966 passa a propriedade da empresa para a família Neuman, que finalmente em 1982 a vende para família Alvarez que até hoje gerencia o negócio. Interessante saber que os Neumans contataram os Alvarez para serem intermediários na venda da propriedade, mas estes acabaram adquirindo a mesma como um bom investimento. Sob a administração dos Alvarez a empresa recebeu muitos investimentos para melhorias tanto nos vinhedos como nos processos produtivos e até mesmo na abertura de novas vinícolas como foi o caso da Alion também em Ribera del Duero em 1991, da Oremus na Hungria em 1993, e da Píntia em Toro em 1997. Seu último empreendimento começou há doze anos, em 2009 quando Benjamin de Rothschild e a família Álvarez decidiram se associar e criaram uma nova vinícola na Rioja, a aguardada Macán.

Na semana passada tive a honra de participar de jantar de apresentação das novas safras dos vinhos da Vega Sicilia organizado pela Mistral, seu representante exclusivo no Brasil no sempre competente Restaurante Bela Sintra e que contou com a presença de Otávio Lilla e de Ignacio de Saralegui diretor comercial da vinícola. Vamos aos vinhos provados:

Oremus Tokaji Furmint Mandolás 2018 -Tokaj – Hungria – Varietal 100% Furmint com 13,5% de álcool e  leve passagem em barricas de carvalho húngaro novas de 136 litros. – Palha verdeal brilhante. Austero olfativamente, trazendo maça verde, toques cítricos e florais, acompanhados de mineralidade, ligeiro oxidativo, com toque tostado. Ótima acidez, seco corpo médio, persistência longa, e retrogosto acompanhando o olfativo. Um vinho para mim bem mais refrescante e mineral do que em suas versões anteriores, mais marcadas pela madeira e fruta madura, para mim foi uma surpresa agradável. –  R$389

Macán 2013 – Rioja – Espanha – Varietal 100% Tempranillo com 14,5% de álcool, com 12 meses de passagem por barricas de carvalho francês da Borgonha, sendo 60-70% novas. – Rubi com alta concentração leve halo. Alta complexidade olfativa com violetas, ameixas e cerejas com ligeira evolução, fosforo, tabaco, terroso e tostado. Na boca potente, tripé correto, picante, longo final de boca frutado temperado com especiarias e caixa de charuto. Um vinho estruturado estilo novomundista, mas com excelente balanço de boca. – R$ 1.143,00

Pintia 2015 – Toro – Espanha – Varietal 100% Tempranillo com 15% de álcool, 4 meses de passagem por  barricas novas de carvalho, sendo 80% francesas e 20% americanas e leve repouso em garrafa antes de sair ao mercado. – Rubi, extra tinto, sem halo. Olfativamente trazendo frutas negras como mirtilos e cerejas, fosforo, tabaco, toque floral, menta e alcaçuz. Na boca ótima acidez, taninos finos ainda presentes, encorpado, suculento, sanguíneo, persistência longa, final de boca marcante. Um vinho moderno adequado a um público que aprecia vinhos mas potentes e pesados, mas extremamente agradável. R$ 957,50

Alión 2016 – Ribera del Duero – Espanha – Varietal 100% Tempranillo com 14,5% de álcool com 12 a 14 meses de passagem por barricas novas de carvalho francês para 95% do vinho e 5% em americanas. Rubi violáceo, média, sem halo. Nariz marcado por frutas como cereja no licor, violetas, alcaçuz e tostado. Na boca, ótima acidez, taninos jovens, mas muito finos, vibrante suculento, final longo e refrescante. Um vinho que me surpreendeu por sua delicadeza e facilidade de beber, esperava um vinho bem mais estruturado em linha com alguns mais antigos que provei, foi meu segundo favorito e adoraria ver sua evolução daqui uns 5 a 7 anos. – R$ 1.460,00

Vega Sicilia Único Gran Reserva 2005 – Corte com 80 a 85% Tempranillo 10 a 15% Cabernet Sauvignon, e 0 a 5% de Merlot, com 14% de álcool, e passagem de 30 meses por barricas francesas. – Rubi indo para granada, extra tinto, halo de evolução. Inicialmente fechado aos poucos vai abrindo suas diversas camadas aromáticas, começando por ameixa madura, floral e especiarias que logo passam para notas balsâmicas, trufas, incenso, tabaco, sottobosco, e uma pontinha de cítrico. Na boca tripé acidez, álcool e tanino em perfeita harmonia, encorpado longo e macio, final de boca com frutas maduras e terciários. Um vinho maduro, senhoril delicioso, em minha opinião hors concours !   R$ 5.095,00

Oremus Tokaji Aszú 5 Puttonyos 2000 – Tokaj – Hungria – Corte com Furmint, Zéta, Hárslevelu, e Sáegamuskotaly, com 12% de álcool e passagem de 2 a 3 anos em barris de 136 e 200 litros e mais 1 ano em garrafa antes de ser comercializado. – Dourado, denso, brilhante. Complexo, mel, flores brancas lembrando lírios, pera, maçã, toque químico, pêssego em calda, e leve cítrico. Na boca boa acidez, untuoso, aveludado, longo com final de boca com dulçor na medida certa. – R$ 1.310,00 para garrafa de 500 ml

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Mistral – Site : www.mistral.com.br – Fone (011) 3174 1000

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