Confraria AA inicia suas atividades com Rhône Norte

A muito tempo conheço o Regis, já tendo participado como colunista e degustador de seu Jornal Vinho e Cia, por outro lado já fui Publisher da revista Free Time e depois que encerrei suas atividades passei a colaborar como editor de vinhos da Revista Go Where. Feitas as apresentações vamos falar sobre nossa nova confraria, a “AA” que já aviso de antemão não se tratar de Alcoólatras Anônimos. No final do ano passado encontrei com o Regis em um evento de vinho e ele me disse que queria montar uma confraria com alguns amigos moradores de Aldeia da Serra e queria saber se eu tinha interesse e de aumentar o grupo com amigos meus de Alphaville. Gostei muito da ideia que tem como base realizar os eventos aqui em restaurantes da região tendo a degustação sempre focada em grandes vinhos analisados sozinhos e na sequência compatibilizados com pratos servidos pelo restaurante. Para o primeiro evento escolhemos como tema Tintos Top do Rhône Norte. Esta região também conhecida como Rhône Setentrional faz parte do vale do rio Rhône que nasce nos Alpes suíços e desemboca no mar mediterrâneo, e suas características geográficas são bastante distintas das do Rhône Sul ou Meridional, mas vamos focar no tema de nossa degustação. Ele possui 8 AOC a saber Côte Rôtie, com 260 hectares, a maior parte com uvas tintas Syrah acompanhada de pequena parcela de Viognier. Região esta que é sub-dividida em Côte Brune, e Côte Blonde responsáveis pelos vinhos mais elegantes desta região, A seguir Condrieu com 160 hectares de uvas brancas Viognier, Chateau Grillet com apenas 3,8 hectares de Viognier, Saint Joseph com 920 hectares de vinhedos de Syrah e das brancas Marsanne e Roussane, Hermitage a mais badalada Aoc da região com 136 hectares plantados com Syrah 80% e Marsanne e Roussane 20%, Crozes Hermitage com 1.500 hectares que elabora os vinhos mais populares e menos longevos desta área, Cornas com 110 hectares responsável pelos Syrah mais rústicos e tânicos da região e que necessitam de tempo de garrafa para atingir seu ápice, e finalmente  Sait Peray com 52 hectares só de vinhos brancos elaborados com a Marsanne e a Roussane.

Para esta degustação tivemos 8 exemplares, a saber:

Hermitage Marc Sornel 2011 – Varietal 100% Syrah, com 13% de álcool com passagem de 22 meses por barricas. Granada, ralo, leve halo. Frutas vermelhas azedas, couro, cravo, terroso, floral. Na boca, delicado, macio, tripe perfeito final de boca frutado e sedoso. Uma preciosidade, pela delicadeza pensei que fosse um Côte Rôti, foi meu favorito. Importado pela Premium

Côte Rôtie Pierre Gaillard 2012 – Corte com 90% Syrah e 10% Viognier com 13 % de álcool e passagem de 18 meses por barricas. – Granada, ralo, leve Halo. Azeitonas, frutas negras maduras, pitanga, couro, suor, violetas e tostado. Na boca mais rústico, boa acidez, taninos presentes corpo médio final de boca gastronômico. Vinho agradável que também me confundiu, achei que fosse um Cornas por ser mais rústico. Sem referência de importador.

Cornas Domaine Auguste Clape 2012 – Varietal 100% Syrah, com 13% de álcool, e 22 meses em fouldres – Rubi extra tinto, sem halo. Frutas negras frescas, herbáceo, azeitona preta, especiarias, tostado, e violetas. Boa acidez, taninos presentes, longo, retrogosto com frutas negras e toque mineral. Vinho que pedia mais tempo de garrafa. Importado pela Mistral

Hermitage Maison Les Alexandrins 2014 – Varietal 100% Syrah com 13% de álcool e passagem de 15 meses por barricas sendo 30% novas. – Rubi, extra tinto, sem halo. Alcaçuz, fruta negra madura, fosforo, pimenta do reino, tostado e toque terroso. Na boca alta acidez tanino presente, bom corpo, persistência longa retrogosto marcado pelas frutas e tostado. Importado pela World Wine

Cornas Reinaissens Auguste Clape 2014 – Varietal 100% Syrah, com 13% de álcool, e passagem de 22 meses em fouldres. – Rubi, extra tinto, sem halo. Frutas negra maduras, couro, sottobosco, alcaçuz, e nota defumada. Na boca alta acidez, taninos presentes corpo médio final frutado com toques animais. O Cornas TOP da casa, típico, mais austero e rústico com tremendo potencial gastronômico. Importado pela Mistral.

Côte Rôtie Guigal La Mouline 2014 – Corte com 89% Syrah e 11% Viognier, com 13 % de álcool e passagem de 42 meses por barricas. Granada, ralo, halo de evolução. Flores secas, frutas vermelhas maduras, toque adocicado, leve papelão, toque defumado. Na boca, acidez cortante, leve, faltou um pouco de meio de boca, final frutado com ligeiro dulçor. Vinho bem diferente dos outros exemplares nem parecia Syrah. Importado pela Interfood.

Cornas Maison Les Alexandrins 2018 – Varietal 100% Syrah com 14,5% de álcool com passagem de 15 meses por barricas. – Rubi, extra tinto, sem halo. Cereja, tostado, couro, mineral, pedra molhada, e especiarias. Na boca ótima acidez, taninos presentes mas de qualidade, encorpado, potente, longo, final frutado e mineral. Um vinho de grande estrutura, mas muito bem balanceado. Importado pela Mistral.

Hermitage Héritiers Gambert 2016 – Varietal 100% Syrah com 13,5% álcool e sem referência de tempo de guarda em barricas. Rubi, extra tinto, sem halo. Café, cerejas maduras, violetas, pimenta do reino e tostado. Estruturado, tripé álcool, taninos e acidez, em harmonia, final de boca muito agradável. Vinho pronto para beber. Sem referência de Importador.

Participantes: Time da Aldeia da Serra – José Maranhão, Humberto Casagrande, Kaue Fernandes, e Regis Gehlen.  Time Alphaville: Ricardo Ourique, Sergio Polesso, Sidney Brandão, e Walter Tommasi

Vamos conhecer agora a preferência do grupo para os vinhos degustados:

Primeiro lugar -Hermitage Marc Sornel 2011 – Vinho número 1

Segundo lugar – Cornas Maison Les Alexandrins 2018 – Vinho número 7

Terceiro Lugar -Hermitage Héritiers Gambert 2016 – Vinho número 8

Quarto Lugar – Côte Rôtie Pierre Gaillard 2012 – Vinho número 2

Quinto Lugar – Cornas Domaine Auguste Clape 2012 – Vinho número 3

Sexto Lugar – Hermitage Maison Les Alexandrins 2014 – Vinho número 4

Setimo Lugar – Cornas Renaissence Auguste Clap 2014 – Vinho número 5

Oitavo lugar – Côte Rôti Guigal La Mouline 2014 – Vinho número 6.

Vamos acompanhar como os vinhos compatibilizaram com nosso prato referência da noite, um  Shoulder NB

Primeiro lugar – Côte Rotie Pierre Gaillard 2012 – Vinho número 2

Segundo Lugar – Cornas Maison Les Alexandrins 2018 – Vinho número 7

Terceiro Lugar – Hermitage Maison Les Alexandrins 2014 – Vinho número 4

Quarto Lugar – Côte Rôti Guigal La Mouline 2014 – Vinho número 6

Quinto Lugar – Hermitage Marc Sornel 2011 – Vinho número 1

Sexto Lugar – Cornas Domaine Auguste Clap 2012 – Vinho número 3

Setimo Lugar – Cornas Renaissense Auguste Clap Vinho número 5

Oitavo lugar – Hermitage Héritiers Gambert 2016 – Vinho número 8.

 Este foi certamente um início promissor para a “AA”, aproveito para agradecer a generosidade de cada um dos participantes na escolha de seu exemplar. Em breve publicarei a escolha dos temas para o ano de 2020. No momento já antecipo nosso próximo encontro Brunello di Montalcino com mais de 10 anos.

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