No início desta semana recebi um e-mail do simpático e competente Michael Schutte, proprietário da Vindame que me deixou triste. Foi uma comunicação oficial de que a importadora vai fechar as portas e terminar as atividades de importação de vinhos para o Brasil. Michael inaugurou sua importadora em 2015 tendo como foco vinhos alemães, com destaque para seus exemplares brancos, visando se tornar uma referência neste nicho de mercado. Em 2016 expande seu portfólio com rótulos espanhóis, em 2019 com novos produtores alemães e italianos, e franceses. No triste comunicado Michael diz que a importação não estava viável. “Apesar de muitos bons efeitos, sucessos e impressões que deixamos no mercado de vinhos importados, não foi o suficiente para continuar”. Comenta também com satisfação que com a criação da Semana Riesling, conseguiu ativar o interesse dos consumidores brasileiros em vinhos dessa uva, assim como de outros vinhos da Alemanha, algo que certamente terá sequência com outros importadores a partir de agora. Agradeceu também aos amigos que conquistou atuando no mercado de vinhos, e pelo suporte que lhe foi dado durante esses sete anos da vida da empresa. E finalizou dizendo “Mudaram muitas circunstâncias, e chegou o momento para mim de concluir as atividades dessa importadora, continuarei como curador de vinhos, aconselhando na seleção, dando comentários sobre vinhos que degustei. Mas não vou mais ficar na primeira linha de uma empresa no Brasil”.
Particularmente desejo muita sorte ao amigo em suas novas atividades, e aproveito este triste desfecho para pedir um pouco mais de atenção das autoridades para a escalada que vemos no volume de vinhos entrando contrabandeados, muita das vezes até com produtos falsificados. Ao mesmo tempo advertir o consumidor desavisado que cheque com mais cuidado a procedência dos vinhos e de quem os está comercializando, e quando notar que um vinho tem grandes diferenças de preço entre dois fornecedores fique atento pois pode estar comprando gato por lebre. É muito desanimador acompanhar o fim das atividades de importadores que trabalham dentro da lei, e por conta disto não conseguem obter lucros pela concorrência desleal. Se a coisa não mudar vamos continuar informando o fechamento de atividades de que trabalha honestamente . Uma pena.