A convite da Clarets tive o prazer de provar os surpreendentes vinhos elaborados pelo Domínio de Açor com apresentação conjunta do amigo Guilherme Correa diretor de operações e marketing, e do enólogo consultor Luís Lopes. A nova vinícola faz parte do sonho de 10 investidores brasileiros amantes dos bons vinhos que desde o início tinha como meta elaborar grandes vinhos com elegância, frescor e mineralidade na região do Dão sempre trabalhando em harmonia com a natureza e a comunidade local.
O conceito foi de utilizar o mesmo sistema comumente adotado na região da Borgonha onde sua propriedade de 24 hectares de terras, já com 11,4 hectares plantados com vinhedos são classificados 40% como Village, 55% como Premier Cru e 5% como Grand Cru. Para que este trabalho fosse desenvolvido a contento a vinícola contratou Pedro Parra realizar a análise das terras onde abriu 34 calicatas. O terroir local foi descrito como solo e pedra com limo típico de solos graníticos, rochas degradadas além de quartzo e da rocha mãe de granito. Os 25 vinhedos da vinícola, alguns deles com até 60 anos de idade, contam com as seguintes variedades: Touriga Nacional, Alfrocheiro, Tinta Pinheira, Encruzado, Tinta Roriz, Jaen, Cerceal e Bical. O tratamento das terras recebe práticas biodinâmicas algumas em processo de implantação, com manejo biológico e trabalho de arreamento e nutrição do solo, com grande preocupação no processo de poda onde é utilizado o estilo Guyot Poussard que respeita o fluxo natural da seiva na planta. Durante a degustação pudemos provar 8 exemplares dos quais 4 brancos e 4 tintos dois deles ainda não disponíveis no Brasil. Vamos a eles:
Vila Romana Branco 2022 – Corte de Encruzado, Cerceal, e Malvasia fina com passagem de 11 meses em barrica francesas botes austríacas e ovos de concreto dependendo da variedade e 13,5% de álcool. Dourado intenso. Alecrim, flores escuras cítrico, pimenta e nozes. Boca potente, acide intensa, picante, leve tanicidade, longo final delicado. Vinho tenso e redutivo. R$ 239,00
Vinha Ruina Cerceal 2022 – Varietal 100% Cerceal com passagem de 11 meses em barricas usada francesas mais 6 meses de inox com 12,5% de álcool. Dourado brilhante. Olfativamente complexo, com predominância cítrica, floral intenso, ervas aromáticas, especiarias doces, pedra molhada e amêndoas. Na boca acidez cortante, tânico, bom corpo, longo, retrogosto confirmando olfativo. Um vinho exuberante equilibrado, para mim o melhor do painel com um degrau acima dos outros exemplares. R$ 699,00 para garrafa Magnum
Vinha Celta Bical 2022 – Varietal 100% Bical com passagem de 11 meses por barricas francesas usadas, com 13% de álcool. Palha indo para dourado. Nariz com ervas aromáticas, pêssego, levedura, leve floral, toque cítrico e terroso. Na boca alta acidez corpo e persistência média, certa untuosidade e retrogosto cítrico. Vinho agradável, fácil de gostar R$ 499,00
Dominio de Açor Encruzado 2022 – Varietal 100% Encruzado com passagem de 12 meses por barricas francesas e botes austríacas usadas com 14% de álcool. Dourado Brilhante. Olfativamente complexo, floral intenso, frutas amarelas como abacaxi e pêssego, caju e amêndoas. Na boca, acidez correta, untuoso, cremoso, potente, persistência longa, retrogosto frutado com delicada presença de terciários. Outro branco que me encantou com tremendo potencial de guarda. R$ 599,00
Domínio de Açor Tinta Pinheira 2022 – Varietal 100% Tinta Pinheira também conhecida como Rufette com passagem de 16 meses em barricas usadas de 500L da Borgonha, com 12,3% de álcool. Violeta, média concentração, sem halo. Nariz marcado por frutas vermelhas doces como groselha e morango, especiarias doces, ervas aromáticas e baunilha. Na boca acidez média, taninos leves, corpo curto retrogosto totalmente frutado com dulçor. Me lembrou um Beujolais. Ainda sem preço no Brasil
Domínio de Açor Vinha Velha 2022 – Corte com Água Santa e Campanário com passagem de 11 meses por botes da Eslavônia usados e 14% de álcool. Violáceo ralo, sem halo. Nariz mais austero com toque vinoso, balsâmico, frutas negras frescas, especiarias e sotobosco. Boca com a alta acidez, taninos rascantes, corpo médio, final confirmando a fruta negra o sottobosco e alcaçuz. Um vinho vertical, austero e gastronômico. Ainda sem preço no Brasil
Vila Romana Tinto 2022– Corte de Touriga Nacional e Tinta Roriz com passagem de 18 meses: 50% em barricas usadas de 500 L e 50% em cubas de cimento com13,5% de álcool. Rubi, extra tinto, sem halo. Nariz terroso, ameixa, cereja azeda, especiarias e café. Na boca boa acidez, taninos finos, corpo médio, final frutado. Vinho de entrada muito harmônico de bom custo-benefício R$199,00
Reserva Tinto 2021 -Corte de Alfrocheiro Preto e Touriga Nacional co fermentado em lagar de granito com passagem de 11 meses por botes usados franceses e austríacos com 14% de álcool. Rubi, extra tinto, sem halo. Mais um vinho com aroma balsâmico, cereja azeda, ervas aromáticas tabaco toque terroso e mineral. Na boca acidez cortante, taninos finos presentes, encorpado, suculento retrogosto frutado com presença leve de terciários. Um vinho vibrante, austero que pede mais tempo de garrafa R$ 499,00
Realmente vinhos com alto padrão de qualidade para mim com maior destaque para os brancos onde o Cerceal foi meu destaque seguido pelo Encruzado. Dentre os tintos fiquei com o Vinha Velha seguido pelo Reserva tinto. Vamos ouvir muito sobre esta nova vinícola, se você encontrar seus vinhos não peca a oportunidade.
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