Paul Hobbs é o cara

Criatura e Criador 
Sobre a competencia de Paul Hobbs ninguem discute, em sua
longa carreira foi o maestro da Robert Mondavi, de lá foi para a Catena Zapata
sendo um dos responsáveis pelo lançamento dos primeiros Malbec  varietais argentinos de alta qualidade. Ficou
tão impressionado com o potencial da uva neste país que decidiu ao final de
seus acordo de  10 anos de com Nicolas
Catena em fazer seu próprio vinho,  foi
assim que surgiu o Cobos. Paul conheceu o casal 
Andrea Marchiori e Luis Barraud e com 35 mil Usd cada começaram a tão promissora
sociedade, mas nem tudo foi um mar de rosas pois o primeira safra de 1998 foi
desatrosa devido a incidência do fenomeno El Niño,o dinheiro foi perdido mas
Paul acreditava tanto no empreendimento que decidiu financiar a segunda safra
em 1999 com seu próprio capital, que felizmente ao contrario da anterior foi um
estrondoso sucesso em termos de qualidade e pelas altas pontuações obtidas
pelos vinho. As duas safras seguintes novamente foram sofriveis devido uma vez
mais  ao El Niño e a La Niña, mas de la
para frente seus esforços foram compensados. As uvas do Cobos vem de um vinhedo
pé franco de 85 anos de propriedade da familha Marchiori entre Pedriel e Agrelo
chamado ce Bloco C2 que tem aproximadamente 2 hectares de solo aluvial repleto
de pedras e argila, com irrigação feita no tradicional sistema de inundação e
sem uso de produtos e adubos químicos.
Paul esteve na semana passada ao Brasil para visitar seus
importadores e eu tive o prazer de ser convidado para uma mini degustação
vertical de seu ícone Cobos, que foi realmente marcante e educativa. Como
sempre Paul nos entreteve com suas historias, simpatia e sinceridade. Muita
gente continua rotulando Paul como um destes fly winemakers que só sabem
produzir vinhos bombados com muita interferência no processo, mas acompanhando
o trabalho que ele faz na Cobos
podemos notar que ele busca maximizar a qualidade de seus vinhos na foma mais
natural possivem mas não radicalizando a ponto de colocar em risco o conjunto da
obra. Terminada a degustação perguntei a ele 
como fazia para seu Cobos tivesse uma acidez tão agradável sabendo que a
Malbec não tem essa caracteristica, e ser um dos motivos de eu não a apreciar
tanto a varietal. Perguntei Paul voce acidifica teu vinho? Resposta ,
impossivel elaborar um Malbec em Mendoza, um vinho como este sem ter que fazer
pequenas correções. Sim acidifico. Pode parecer uma resposta comum mas não é
pois alguns outros enólogos aos quais fiz a mesma pergunta por seus vinhos
terem boa  acidez responderam  “De forma alguma” , “Não” ou simplesmente
desconversaram, e todos os que conhecem esta variedade sabem que realmente correções
se fazem necessarias. Gosto muito desta franqueza do Paul especialmente em um
momento como este quando notamos uma  queda  no gosto e consumo de vinhos extremamente
extraidos e manuseados. Em outro momento de nossa conversa quando comentavamos
os vinhos apresentados mencionei que o Cobos 2009 interessantemente apresentava
uma pequena evolução de fruta o que para mim por ser um vinho ainda jovem ainda
não deveria estar acontecendo. Novamente a resposta foi surpreendente . “Também
senti esta evolução, vou checar outros exemplares e cruzar  os dedos para que este sensação se restinja ao
exemplar que provamos hoje”. Acho que estas duas respostas mostram como Paul é.
 O Tema de intervenção
nos processos de produção e de campo tem sido muito polêmico e alguns
consumidores mais puristas acham  que tanto
as grandes como pequenas interferências colocam o vinho fora do que consideram
um processo natural, particularmente respeito suas opiniões mas  não concordo pois a mim interessa a qualidade
final do vinho e o prazer que ele dá ao ser tomado. Cada varietal tem pontos
forte e fracos e estes últimos  podem ser
minimizados oi eliminadfos  com pequenas
intevenções que definitivamente não prejudicam a saude e muito menos o meio
ambiente.  vejamos o caso de grande parte
dos  produtores europeus que devido o   clima frio,  e determinadas varietais não conseguem
produzir vinhos com boa estrutura e acabam se utilizando da chapitalizaçãom para
atingir este objetivo tornando seus vinhos mais palatáveis,  o inverso ocorre com produtores de países
quentes que normalmente acabam acidificando seus vinhos para lhes dar mais
frescor. Claro que se for possivel elaborar um vinho sem manipulações eu
prefiro, mas honestamente essas  pequenas
interferência não me icomodam. Acho que devemos nos preocupar mais com a
utilização de químicos que prejudiquem o meio ambiênte assim como da saude des
seus consumidores. Mas como dito anteriormente este tema é muito polemico é certamente
serviria  de  tema para um livro, portanto vamos parar por
aqui e descrever os 3 exemplares provados  provados
Cobos 2009 – Varietal
100% Malbec com 18 meses de passagem por barricas francesas , e 15% de álcool. Rubi,
alta concentração leve halo. Frutas vermelhas bem maduras, chocolate, toque de
ervas, e leve couro. Na boca boa acidez, taninos ainda presentes, encorpado,
retrogosto  com frutas mais maduras já
apresentando certa  evolução. Um vinho
agradavel mais trazendo uma evolução  um
pouco maior do que eu esperava para esta safra, espero que seja só esta
garrafa. 

Cobos 2010 –  Varietal 100% Malbec com 18 meses de
passagem por barricas francesas e 15% de álcool. –  Rubi alta concentração
sem halo. Frutas negras maduras , leve  herbáceo, cereais secos, terroso. Alta acidez,
taninos mais macios, redondo , alcool ok,  bom corpo,  final de boca com cereja no licor e leve ponta
de hervas. Vinho mais austero mas altamente gastronômico , pronto para beber
mas que deve dar boa guarda
Cobos 2011 – Varietal
100% Malbec com 18 meses de passagem por barrica francesa, e  14,9 % de álcool. – Rubi alta concentração,
sem halo. Frutas negras, mineral, pedra molhada, floral, limpo, toque de
grafite. Otima acidez, taninos finos resolvidos, suculento, alcool ok, bom
corpo elegante, final de boca frutado com chocolate.Um vinho com tremendo potencial
de guarda mas que  já  dá para ser apreciado hoje.  Apenas como curiosidade esta safra recebeu 100
pontos do crítico James Suckling .
Finalizando entre os 3 exemplares provados, ficaria com o da
safra 2010 para tomar hoje e compraria o da safra 2011 para guardar . O Cobos
custa R$ 1090 a garrafa na Grand Cru sua importadora exclusiva no Brasil.
Agradeço o gentil convite recebido da Grand Cru através de
seu proprietário Mariano Levy e de sua querida assessora Camila Perossi.

Grand Cru– Site:  www.grandcru.com.br – Fone : (011) 3062 6388

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