A Miguel Torres fundou sua primeira bodega em 1870 e hoje conta com mais de 1.300 hectares de vinhedos plantados na Espanha e de outros países do mundo como Chile e EUA. Continua sendo uma empresa familiar que a mais de 3 séculos está ligada ao mundo do vinho e que nunca cedeu aos encantos de se ligarem ou negociarem com grandes empresas multinacionais, pelo contrário, sempre defendeu o fortalecimento das empresas familiares, sendo uma das fundadoras da Primum Familiae Vini (PFV) que já foi tema de nosso Blog em 10 de Janeiro de 2011 https://tommasinovinho.com.br/2011/01/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x.html . A Miguel Torres produz um dos meus vinhos favoritos: Mas La Plana em Penedés, e outros ícones como o Salmos no Priorato, o Celeste em Ribera del Duero, os Marimar nos EUA , os Brandies, e mais uma série de outros vinhos mais básicos. Mas é sobre sua operação chilena que quero falar nesta ocasião , e ainda mais especificamente, o Manso de Velasco, o segundo vinho de sua linha chilena mas que em minha opinião é seu destaque.
Walter Tommasi e Miguel Torres Maczassek |
A Torres entrou no Chile em1979 quando adquiriu uma pequena Bodega na região de Curicó, hoje são 912 hectares de terras das quais 400 já plantadas distribuídos em 11 propriedades entre Curicó e Maule uma das poucas áreas do mundo onde ainda podem se encontrar pés francos, devido o pequeno risco de infestação de pragas como foi o caso da filoxera.
No Chile a vinícola produz os vinhos da linha Santa Digna, Tormenta, Cordillera, além de seu espumante varietal elaborado com a Pinot Noir, do vinho de sobremesa Vendimia Tardia de uvas Riesling e de seu TOP Manso de Velasco, e do ícone Conde de Superunda. Na semana passada tive o prazer de participar de um evento comandado pelo próprio Miguel Torres Maczassek presidente executivo das operações do Chile e filho do atual CEO da empresa Miguel Agustin Torres. Ele esteve ao Brasil para divulgar seus vinhos e presenteou a todos os felizes convidados com uma vertical de seu Manso de Velasco, um vinho elaborado com uvas Cabernet Sauvignon de vinhedos com mais de 100 anos de idade. Vamos agora conhecer em detalhes as quatro safras provadas. OBS: Todas as safras são varietais 100% Cabernet Sauvignon, elaborados com uvas das mesmas vinhas, um mês de maceração, sete dias de fermentação alcoólica e malolática.
Manso de Velasco 2007 – Maturado por 18 meses em barricas novas francesas para 70% de seu volume, 14% de álcool, e produção de 76 mil garrafas. – Rubi, alta concentração. Olfativamente complexo, cereja, ameixa, couro, pimenta, lácteo, e leve mentolado. Na boca tripe correto, taninos finos, macio, corpo médio, persistência longa, e retrogosto frutado com toque de cacau. Na primeira vez que tomei este vinho junto ao Conde de Superunda gostei até mais dele pela excelente relação custo benefício, e realmente esta segunda oportunidade confirmou a alta qualidade do vinho. Nota 91/100
Manso de Velasco 2006 – Maturado por 18 meses em barricas novas francesas para 50% de seu volume, 14% de álcool, e produção de 81 mil garrafas. – Rubi, alta concentração, sem halo. Olfativamente elegante, mais austero, mineral, frutas negras maduras, especiarias lembrando pimenta, e toque animal, couro. Na boca, muito gastronômico, alta acidez, taninos firmes e finos, encorpado, persistência longa e retrogosto marcado por alcaçuz e toques tostados. A safra de 2006 está mais em linha com o meu estilo de vinho, elegante fresco, mas em minha opinião mostrou mais estrutura do que o seu irmão mais jovem para guarda. Foi certamente meu favorito. Nota 92/100
Manso de Velasco 2003 – Maturado por 18 meses em barricas novas francesas para 50% de seu volume, 14% de álcool, e produção de 65 mil garrafas. – Rubi, alta concentração, leve halo de evolução. Olfativamente fechado, toques minerais, nozes, tostado, e frutas confeitadas, além de notas mais verdes. Na boca acidez correta, taninos macios, corpo médio, persistência longa, retrogosto frutado, e ligeiro álcool. Na minha percepção entre acidez e álcool esta safra apresenta um pouco mais álcool, e menos de acidez e isto fez diferença quando comparado com safras mais bem balanceadas. Nota 88/100
Manso de Velasco 1998 – Maturado por 12 a 18 meses em barricas novas francesas para100% de seu volume, 13,5% de álcool. – Granada, alta concentração, e halo intenso de evolução. Olfativamente agradável, marcado por aromas terciários e toques de frutas maduras, e evolução, ameixa, pimenta e alcaçuz. Na boca, ainda muito vívido, taninos firme, bom corpo e persistência e retogosto frutado, com forte tostado. Um vinho antigo, mas muito vivo e agradável o que confirma a qualidade da marca até mesmo no Chile. Nota 89/100
Produtor: Miguel Torres – Site corporativo www.torreswines.com , site do chile www.migueltorreschile.com
Distribuição no Brasil: De Vinum – Fone (011) 4506 3131 , site www.devinum.com.br