GRAND TASTING – Na Casa da Fazenda do Morumbi


Nesta 3ª feira finalmente chegou o esperado dia do GRAND TASTING promovido pela GRAND CRU. Uma feira descontraída e que aproveitou ao máximo o lindo espaço da tradicional Casa da Fazenda no Morumbi que tem agora o restaurante e a parte de eventos coordenada pelo amigo Denis Rezende a quem desejamos muita sorte. Nas sacadas externas foram dispostas as mesas temáticas, onde podia-se provar o melhor de cada tema proposto. Na parte interna da casa as mesas foram destinadas para alguns produtores que apresentaram parte ou suas linhas completas de produtos.
Como é comum nestas feiras, o volume de rótulos é muito maior do que o tempo que temos para provar, ainda mais quando fazemos provas técnicas querendo melhor informar nossos leitores.  Por falar nisto, me impressionou o volume de vinhos que a Grand Cru tem hoje em seu portfólio, certamente uma importadora que já tem cobertura quase total dos bons vinhos do mundo. Foquei minhas provas nas seguintes mesas:


Champagnes e espumantes.

Tintos do Rhône.
Grandes Pinot Noir de distintas regiões.
Achados do Novo mundo.
As preciosidades de Montalcino.
A essência do Tempranillo.
Grandes cortes do velho Mundo.
Allegrini – Itália (Produtor).
Pizzorno – Uruguai (Produtor).


A seleção de vinhos foi muito bem feita o que acabou dificultando um pouco minha escolha dos destaques. Mas vamos a eles:

Poggio AL Tesoro – Mediterra 2007 Allegrini – Um Supertoscano  jovem, produzido pela Allegrini em joint venture com Leonardo Lo Cascio na região de Bolgheri – Toscana. Corte de Syrah, Cabernet Sauvignon e Merlot, é o vinho básico da casa que conta com três vinhos, mas nisto reside minha indicação, pois para mim foi o melhor custo benefício entre todos os vinhos provados. Violáceo, boa concentração, sem halo. Olfativamente frutado (geléia de frutas negras) confirmando sua tendência novomundista, tostado lembrando café e chocolate. Na boca, aveludado, tripé taninos, acidez e álcool perfeito, prontinho para ser tomado, e com retrogosto confirmando o olfativo. Adorei – NOTA 90/100 – R$ 133,00.

Pizzorno Tannat Reserva 2006 Pouco a pouco estou ficando fã dos vinhos Uruguaios, e realmente este Tannat é de tirar o chapéu, só espero que os preços não aumentem muito, pois eles costumam ter boa relação custo benefício. Violáceo, alta concentração, sem halo. Olfativamente complexo, com framboesas, pimenta preta, toque herbáceo lembrando anis, e tostado muito bem integrado. Na boca, delicioso, elegante, alta acidez, taninos finos, corpo médio e persistência longa, retrogosto frutado e fresco. NOTA 87/100– RS 75,00.



Na mesa dos Champagnes e Espumantes certamente os melhores foram os dois, champagnes, mas decidi escrever sobre  a  Cava Castellroig Rosada produzida com uvas Macabeo, Parellada, Xarel·lo, novidade da importadora. De cor rosado intenso quase indo para violeta, perlage numerosa com bolhas médias. Aromaticamente muito fresca e elegante trazendo aromas minerais que completam perfeitamente a predominância frutada que lembra  morangos. Na boca corretíssima, ótimo frescor, mousse intensa, corpo médio e final de boca muito refrescante. NOTA 87/100 – R$ 83,00.

Da mesa dos Tintos do Rhône meu destaque foi para o Crozes Hermitage 2007 Delas – Rubi de concentração média para alta, leve halo de evolução. Olfativamente, com muita tipicidade, frutas negras maduras, pimenta preta, terroso e toque vegetal. Na boca, estruturado com tripé sem arestas, persistência longa e retrogosto frutado, fresco e gastronômico. NOTA 87,5/100 – R$ 130,00.




Da mesa dos grandes Pinot Noir, a escolha ficou fácil com o Morey Saint Denis da Domaine de Lambrays 2006 – Granada de média concentração e halo de evolução. Olfativamente muita tipicidade, frutas lembrando ameixas, animal, couro, terroso e um toque tostado, austero. Na boca perfeito, tripé em perfeita harmonia,taninos muito finos, corpo médio persistência longa e retrogosto frutado com muita elegância. NOTA 89/100 – R$ 330,00.





Da mesa essência do Tempranillo deu disparado o La Cueva Del Contador 2007, mas aí o preço pegou pesado, mas ainda assim, para os grandes apreciadores o vinho acaba valendo muito a pena. Esse DOC da Rioja produzido com 100 % de Tempranillo e fermentado em barricas, passa também por 12 meses de afinamento. O vinho é um canhão e particularmente foi o  que mais me agradou na feira. Rubi violáceo, boa concentração e sem halo.Olfativamente complexo, marcado por frutas negras maduras, baunilha, especiarias, pimenta preta, um ligeiro mentolado, e toque de café. Na boca muito marcante com alta acidez, taninos doces, corpo e persistência longa e um retrogosto marcado por frutas e um toque de anis. NOTA 92/100 – R$ 430,00.

Meus parabéns à Grand Cru pelo evento. Durante a feira recebi muitos comentários positivos e claro muitas indicações dos amigos que tenho no mundo do vinho sugerindo eu tomar um ou outro exemplar. O que é muito bom sinal.

Walter Tommasi

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