Wine Street degusta os injustiçados Dolcettos

  Wine Street degustou no mês passado uma das denominações mais injustiçados do mundo dos vinhos, o Dolcetto. Conhecido desde o ano de 1600 especialmente na região de Monferrato no Piemonte, mesmo que alguns ainda achem que esta variedade foi originada na Liguria, por muito tempo junto com sua concorrente a  Barbera sustentou a vida dos vinicultores da região, até o aparecimento da Nebbiolo que revolucionou os padrões de qualidade dos vinhos elaborados nesta região pela sua finesse e potencial de envelhecimento.  O Dolcetto foi e continua sendo considerado um vinho para consumo imediato tal qual os Beaujolais na França. Ele tem como principais características o aroma vinoso, frutado lembrando cereja madura sem ser doce, traz também alcaçuz, toques terrosos e presença constante de amêndoas. Na, boca, baixa acidez, taninos sempre presentes, corpo médio, com final de com frutas, e ainda assim austero. Na minha experiência com Dolcettos acho que os bons exemplares ganham com o tempo de garrafa pois arredondam seus taninos ganhando mais elegância, o que vai em desacordo com as recomendações dos comerciantes que quase sempre o classificam como de consumo imediato. Esta degustação ajuda a comprovar o potencial de guarda destes vinhos pois os mais antigos se saíram muito bem. Mais uma vez nossa degustação ocorreu no mundo virtual na qual os vinhos foram divididos em garrafinhas de 100 ml numeradas e distribuídos a cada um dos participantes possibilitando assim o não reconhecimento dos rótulos enviados. Vamos ao descritivo de cada um de nossos exemplares:

1 Cappellano D’Alba 2010 – Varietal 100% Dolcetto com 12,5% de álcool – Região de Serralunga – Agricultura orgânica. – Trazido pelo confrade W Tommasi – Rubi indo para granada, leve halo. Vinoso, ameixa seca, cereja preta, especiarias tostado, tabaco e alcaçuz. Boa acidez, taninos presentes de boa qualidade, corpo médio, final de boca austero com fruta vermelha com ligeira evolução e amêndoas, prontíssimo para consumo. – Minha nota 90,5 – Nota média do grupo 89,7

2 Borgogno D’Alba 2017 – Varietal 100% Dolcetto com 14% de álcool – Região de Barolo – Trazido pelo confrade Kel – Rubi violáceo alta concentração, sem halo. Frutas vermelhas e negras mais adocicadas como amora, floral, e toque herbáceo mais intenso. Boa acidez, alcoólico, taninos empoeirados bem presentes, corpo médio, final frutado com presença de terciários lembrando madeira velha. – Minha nota 88,5 – Nota média do grupo 88,6

3 Ercolino Rivetto D’Alba 2013 – Varietal 100% Dolcetto com 13,5% de álcool Região de Serralunga – Trazido pelo confrade Paulo Sampaio. Granada, extra tinto, halo de evolução. Frutas confitadas, flores brancas, toque lácteo, caramelo.  Ótima acidez, taninos finos, bom corpo, longo, final com ameixa, amêndoa e terroso. Vinho bem gastronômico e austero. – Minha nota 91 – Nota média do grupo 89,1

4 Vietti 3 Vigne D’Alba 2017 – Varietal 100% Dolcetto com 13,5% de álcool Região de Castiglione Falleto – Trazido pelo confrade João Luiz. – Granada, alta concentração leve halo de evolução. Fruta confitada, terroso, tostado, grama cortada, e leve amêndoa. Alta acidez, taninos ainda verdes, corpo médio, final herbáceo. Vinho com excesso de verde pedindo tempo de garrafa para aparar arestas. – Minha nota 88   – Nota média do grupo 89,1

5 Colombé Renato Ratti D’Alba 2014 – Varietal 100% Dolcetto com 12,5% de álcool Região de Serralunga – Trazido pelo confrade Marcio Guedes. Granada, média concentração, halo intenso de evolução. Complexo, frutas vermelhas maduras, amoras, floral intenso, feno, e tostado muito bem integrado. Na boca, ótima acidez, seco, taninos finos resolvidos, final de boca vibrante com ligeira acidez volátil que em nada prejudicou o conjunto, foi destaque. – Minha nota 89,5 – Nota média do grupo 89,8

6 Brandini D’Alba 2016 – Varietal 100% Dolcetto com 12 % de álcool Região de Serralunga – Trazido pelo confrade Altman. Violáceo, alta concentração, sem halo. Amêndoa confitada, frutas vermelhas, herbáceo, floral, chá, leve defumado. Alta acidez, seco, taninos finos presentes, final de boca vibrante – Minha nota 89,5 – Nota média do grupo 88,4

7 Sandrone D’Alba 2018 – Varietal 100% Dolcetto com 12,5% de álcool Região de Barolo – Trazido pelo confrade A Tommasi. – Rubi, violáceo, intenso sem halo. Predominância de fruta vermelha doce, jovem,leve caramelo, herbáceo, baunilha e leve pêssego seco. Boa acidez, taninos verdes, corpo médio, final bem frutado com ligeiro amargor. Vinho muito jovem pedindo mais anos de garrafa. – Minha nota 88,5 – Nota média do grupo 89

Minha classificação para os vinhos: 1º Lugar Ercolino Rivetto D’Alba 2013, 2º Cappellano D’Alba 2010, 3º Colombé Renato Ratti D’Alba 2014, 4º Brandini D’Alba 2016, 5º Sandrone D’Alba 2018, 6º Borgogno D’Alba 2017, 7º Vietti 3 Vigne D’Alba 2017

Classificação do Grupo: 1º  Lugar Colombé Renato Ratti D’Alba 2014, 2º Cappellano D’Alba 2010, 3º Ercolino Rivetto D’Alba 2013, 4º Vietti 3 Vigne D’Alba 2017, 5º Sandrone D’Alba 2018, 6o  Borgogno D’Alba 2017, 7o Brandini D’Alba 2016.

Os favoritos de cada confrade

Colombé Renato Ratti D’Alba 2014 para Alessandro e Altman

Cappellano D’Alba 2010 para Calabro e Paulo

Ercolino Rivetto D’Alba 2013 para W Tommasi

Vietti 3 Vigne D’Alba 2017 para João Luiz e Marcio e Kel

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