Estive ontem em evento promocional de vinhos da África do Sul organizado pelo amigo João Clemente proprietário da Vino e Sapore e editor do Blog Falando de Vinhos. Os vinhos apresentados fazem parte do grupo DGB um dos maiores produtores e distribuidores independentes de vinhos e bebidas alcoólicas da África do Sul, detentora de 17 marcas de vinhos a saber Boschendal, Bellingham, Franschhoek Cellar, Fryer’s Cove, Old Road Wine, Backsberg, The Beachhouse, Brampton, The Cattleman’s Club, Douglas Green, Gorgeous, Mill Stream, Oude Kaap, Ribshack Red, St Augustine, The Saints Wines, e Vineyard Friends das quais algumas são históricas como a Boschendal fundada em 1685 e a Bellingham fundada em 1693, Durante o evento realizado no restaurante Altruista tivemos a oportunidade de provar 8 vinhos sendo 4 brancos e 4 tintos. Particularmente minha preferência pelos vinhos deste país recai sobre os brancos e nos grandes Cabernet Sauvignon varietais ou em cortes e parcialmente foi o que aconteceu nesta prova onde os brancos se sobressaíram, mas foram acompanhados por um surpreendente Syrah.
Achei muito interessante provar vinhos de alto padrão pois o que recebemos no Brasil com raras exceções são vinhos de entrada, mas ficamos de no futuro também provarmos os vinhos básicos do grupo. Bem vamos aos vinhos
Bamboes Bay 2022 da vinícola Fryer’s Cove – Varietal 100% Sauvignon Blanc com 12,5 pct de álcool, sem passagem por madeira e com 1,66 gramas por litro de açúcar. – Palha indo para dourado, brilhante. Olfativamente salino, pedra molhada, maracujá, ervas verdes como menta, e flores brancas. Na boca alta acidez, corpo médio final refrescante, seco mineral com casca de limão siciliano. Delícia de Sauvignon Blanc para mim lembrou os Neozelandeses, mas sem seu tradicional dulçor final foi meu segundo branco favorito
Stone Trail 2019 da vinícola Old Road Wines – Varietal 100% Chenin Blanc com 13,5% de álcool e passagem de 9 meses por barricas franceses usadas, e 2,5 g/L de açúcar residual. – Dourado brilhante. Nariz marcado por aromas químicos, fruta amarela madura, flores brancas, pera, alka seltzer, e leve baunilha. Na boca, alta acidez, seco, estruturado longo e retrogosto com manga madura. Um bom Chenin mas mais gordo do que o padrão da variedade
Grand Mère 2021 – Varietal 100% Semillion com 13% de álcool com curta passagem por barricas francesas usada e 20% por ânforas, com 2,5g/L de açúcar residual. Palha brilhante. Nariz complexo abrindo com casca de limão, pera, maça, muita mineralidade como pedra molhada, especiarias e leve tosta. Na boca extremamente harmonioso com deliciosa textura, alta acidez, corpo médio , persistência longa e final de boca suculento com melão. Um branco de altíssimo padrão, foi meu favorito entre todos os vinhos apresentados.
Elgin 2020 da vinícola Boschendal – Varietal 100% Chardonnay com 13,5% de álcool com passagem de 11 meses em barricas novas francesas, e 2,5g/l de açúcar residual. Dourado brilhante. Olfativamente complexo com grapefruit abacaxi fresco, maça, limão siciliano e cera mineralidade, com tempo de taça abre os aromas terciários que estavam presentes na boca já nos primeiros goles. Boca com boa acidez, seco, ponta de álcool, retrogosto confirmando o abacaxi e presença de baunilha e leve lácteo. Um camaleão que foi mudando com o tempo de taça, agradando muito.
Elgin 2021 da vinícola Boschendal – Varietal 100% Pinot Noir com13,5% de álcool e passagem de 12 meses por barricas francesas sendo 10% de primeiro uso e 2,5g/L de açúcar residual. Rubi, ralo, sem halo. Nariz trazendo cereja escura madura, framboesa, frutas secas com noz, leve couro e toque herbáceo. Na boca boa acidez, entrada delicada, taninos finos, e persistência média, retrogosto fresco confirmando as frutas, alcaçuz e ligeiro amargor. Um vinho muito jovem pedindo tempo de garrafa para arredondar.
Nicolas 2021 da vinícola Boschendal – Corte com 31% Cabernet Sauvignon, 31% Syrah, 22% Merlot, 6% Cabernet Franc, 6% Malbec, e 4% Petit Verdot com 14% de álcool, e passagem de 15 meses por barricas francesas sendo 30% novas, e 2,8 g/L de açúcar residual. – Rubí, extra tinto, sem halo. Frutas vermelhas e negras frescas, ervas aromáticas, especiarias como pimenta do reino, e tabaco. Na boca alta acidez, taninos presentes, encorpado, longo final de boca com leve acidez volátil, frutado e tostado. Outro vinho que pede garrafa e promete guarda com ótimo custo-benefício.
Pepper Wind 2020 da vinícola Old Road Wine – Varietal 100% Syrah com 14% de álcool com passagem e3 10 meses em barricas francesas de 2º e 3º uso, com 3,2g/L de açúcar residual. Violáceo, extra tinto, sem halo. Olfativamente complexo, frutas silvestres frescas, pimenta do reino, menta, toque terroso, e certa mineralidade. Na boca ótima acidez que equilibra os 14% de álcool, taninos finos mas presentes, seco, encorpado, longo final de boca frutado e mostrando certa austeridade. Um grande vinho que está pronto, mas promete um ápice se guardado por alguns anos.
Bush Vine 2020 da vinícola Bellimgham com 14% de álcool e passagem de 18 meses por barricas francesas sendo 40% novas, e 2,71g/L de açúcar grupo residual. – Varietal 100% Pinotage. Rubi, extra tinto, sem halo. Nariz com frutas vermelhas maduras com certo dulçor, flores escuras, ameixa, toque herbáceo e tostado. Na boca equilibrado, bom corpo, longo fanal frutado com ligeiro amargor vegetal. Particularmente não sou apreciador das características desta variedade, mas este vinho estava potável.
A maioria dos vinhos está na faixa de USD 20 a 25 FOB com exceção do Nicolas que esta por UD 7 FOB.
O grupo produtor está buscando parceiros para representá-los no Brasil. Certamente uma boa oportunidade para importadoras que não tenham em seu portfólio vinhos sul africanos de boa qualidade. Interessados procurem pelo João na Vino e Sapore (11) 99600 7071 ou pelo Blog Falando de Vinhos https://www.falandodevinhos.com
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