Para esta edição resolvemos passear por terras hispânicas e apresentar um dos mais
tradicionais produtores da região mãe dos vinhos espanhóis, a “Rioja”. Para tal, o vinho escolhido não poderia ser outro: Baron de Chirel Reserva, o produto Top dos Herdeiros do Marquês de Riscal. A história da empresa nos leva a 1858, quando o marquês decide inovar e contrata Jean Pineau, enólogo da Maison Lanessan, no Médoc, para desenvolver o primeiro vinho da Rioja dentro dos padrões bordaleses. Hoje, a empresa trabalha em três DOC (Rioja, Rueda e Castilla e León). Na Rioja, de onde vem o exemplar recomendado, a empresa possui
1.300 hectares na cidade de Elciego, e em que as variedades plantadas são: Tempranillo, Graciano, Mazuelo e Cabernet Sauvignon (as mesmas que o marquês plantou em 1858). O Baron de Chirel Reserva é um vinho de produção limitada e elaborado somente em anos
excepcionais. O Chirel é um corte em que a Tempranillo é a uva predominante com 85 por cento, restando os outros 15 por cento para outras variedades não especificadas, mas dentro das plantadas pela empresa.
Todas as uvas vêm de vinhedos antigos, alguns com mais de 40 anos, que se caracterizam pelo baixo rendimento e altíssima qualidade. A fermentação ocorre em temperatura controlada, passando por fermentação malolática e envelhecimento por 20 meses em barricas bordalesas de carvalho americano e um descanso de 1 ano em garrafa antes de ser colocado no mercado.Provei um exemplar da safra de 2002 que estava no ponto para ser tomado. Apresentando cor granada e alta concentração, tinha halo de evolução e lágrimas intensas e muito lentas. Olfativamente muito complexo, predominando frutas pretas maduras, cereja, especiarias, um
tostado bem delicado, toques balsâmicos, herbáceos, um ligeiro resinoso e café. Na boca, lumoso mas ao mesmo tempo macio, com alta acidez, bom corpo, taninos finos, longa persistência e com um final de boca agradavelmente frutado com toques de café, definitivamente sem arestas. Tomei este vinho há um ano e me impressiona como ele evoluiu; por sua boa acidez
acredito que ele ainda tenha uns bons anos de vida. Sugiro que se decante o vinho por uma hora para que suas qualidades sejam maximizadas. Por suas características, compatibilizaria este Tempranillo com receitas de carneiro e carne vermelha, mas também com risotos mais temperados e até mesmo com uma boa paella. O Baron de Chirel é um bom exemplo dos novos vinhos da região de Rioja que privilegiam maior estrutura, mais fruta, e reduzem o excesso de madeira. Walter Tommasi – Editor e palestrante)
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