A Chenin Blanc mesmo não sendo tão conhecida pelo público em geral é uma uva que pouco a pouco vai ganhando admiradores especialmente pela sua versatilidade pois pela sua ótima acidez pode ser utilizada para elaboração de vinhos secos, doces e até mesmo espumantes. Ela é originária do Loire na França onde se destaca com as AOC Anjou e Vouvray, dos refrescantes Crémant de Loire, além de muitos produtores, especialmente nas boas safras, utilizarem a mesma para os vinhos doces. Os Chenins também ganharam muita popularidade na África do Sul onde geram grandes vinhos secos. Os vinhos elaborados com esta casta normalmente tem como característica marcante a alta acidez assim como a boa estrutura e a untuosidade, olfativamente costumam ter a presença de pêssego, marmelo, maça assada , toques cítricos, e flores brancas como o Jasmin, e quando passam por madeira aumentam muito sua complexidade com aromas terciários variáveis.
Apenas para registro vamos conhecer os nomes mais conceituados desta uva no mundo: Loire: Domaine des Baumard, Domaine Huët, e Nicolas Joly. Na Africa dos sul : Mullineux, Reyneke, e Sadie Family.
Em nossa degustação dos 6 vinhos provados às cegas 5 eram franceses e um argentino, seguem abaixo meus comentários e notas de cada um dos vinhos.
- Quid Novi Vino Domaine de Mihoudy Anjou 2018 – Confrade Bronzato – 14% de álcool. Palha brilhante. Predominância de aromas cítricos, nêspera, pera, toque floral e pedra molhada. Na boca, alta acidez, seco, pontinha de álcool, encorpado, final de boca com cítrico adocicado. 90/100
- Pithon Paille Mozaik Anjou 2010 – Confrade Alessandro – 13% de álcool. Dourado, brilhante. Frutas amarelas com ligeira evolução, grapefruit, toque de seiva, ponta de mel, e final salino. Na boca acidez cortante, seco, elegante, longo, final de boca cítrico e mineral. Um vinho que mesmo mais austero mostrou muita elegância e no ponto certo para consumo. 90,5/100
- Gen del Alma Ji Ji Ji Vale de Uco 2017 – Confrade Beto -Dourado escuro. Aromas florais, limão siciliano, melão, e toque mineral. Acidez cortante, tânico, leve acidez volátil, final de boca seco e mineral. Vinho mais alternativo interessante, mas para mim faltou meio de boca.88,5/100
- La Dilettantle Sec Catherine et Pierre Breton Vouvrey 2018 – Confrade Rafael – 14,5% de álcool – Palha brilhante. Olfativamente fechado, com o tempo em taça abriu para leve cítrico, floral, e mineral que lembra pedra molhada, e giz, enfim um perfil bem limpo. Na boca alta acidez, tânico, alcoólico, longo final de boca com ligeiro amargor. Vinho elegante no nariz, mas que se perdeu na boca ainda com muitas arestas. 88/100
- Le Petit Chemin Benoit Courault Anjou sem safra (Vin de France) – Confrades Fabio e Jane – 14% de álcool. – Palha Brilhante. Aroma de pêssego verde, mineral, leve petrolato, toque de flores brancas, e frutas amarelas maduras. Na boca crocante, generoso, alta acidez, seco, leve tanicidade, retrogosto direto, mineral. Um vinho encantador leve vertical. 91,5/100
- Pithon Paille Bonnes Blanches Anjou 2011 – Confrade Walter – 13% de álcool. – Dourado intenso. Complexo olfativamente com forte presença de petrolato, benzina, frutas amarelas já com evolução e ervas aromáticas. Na boca ótima acidez, seco, encorpado, final de boca muito longo, com frutas maduras e toque químico. Um vinho de grande estrutura e complexidade, se fosse um aninho mais novo creio que ficaria em primeiro lugar em minha opinião. 91/100
OBS: Na opinião obtida ao final da degustação houve uma preferência pelos dois Pithon Paille
Mais uma deliciosa degustação desta confraria que tem como foco vinhos naturais caracterizados por baixa intervenção tanto na área agronômica como no processo de vinificação.