O prazer de degustar um Riesling

Como iniciar este post? Dizendo que é minha variedade favorita para elaboração de vinhos brancos. Porque? Por ser uma uva que permite elaborar vinhos com diferentes perfis, desde vinhos secos a mais doces, a vinhos de sobremesa, e a espumantes. Tradicionalmente os Riesling estão classificados no lado mais doce do painel de vinhos secos. Seu dulçor sempre esteve presente para acalmar sua alta acidez e é neste tênue equilíbrio que iremos encontrar, os melhores exemplares como é o caso dos vinhos do Egon Muller, e que me ajude a confirmar esta afirmação aqueles que já tiveram esta maravilhosa experiência. Mas existem também os Riesling secos mais comuns de serem encontrados na Alsácia, USA, Chile e Austrália. Esta uva é bastante aromática e mutante dependendo do tempo de guarda do vinho. (claro que estamos falando dos bons Riesling) Quando jovens trazem em sua paleta aromática frutas cítricas, peras, maçãs verdes e mineralidade, em um segundo estágio frutas amarelas maduras, notas de petróleo, querosene, e com o passar de mais tempo, incrementam suas camadas olfativas com mel, damasco, cera de abelha, borracha, benzina etc. Os maiores produtores desta variedade são a Alemanha com 22.660 hectares divididos em 3 principais regiões: Pfalz, Mosel e Rehinhessen, Austrália com 4.170 hectares divididos entre Clare Valley e Eden Valley, USA com 3.640 hectares divididos entre Washington State e California, França com 3.520 hectares, Áustria com 1.860 hectares, Nova Zelândia com 740 hectares, e outros. Pois bem na semana passada participei de degustação às cegas de Riesling com 10 anos ou mais organizada pelo site WineFun da qual passarei os detalhes abaixo:

Foram degustados 7 exemplares às cegas sendo 3 alemães, 1 francês, 1 australiano, 1 neozelandês, e 1 chileno.

Vinho 1 – Selbach 2010 – Alemanha – Mosel – 10% de álcool. – Palha verdeal brilhante. Petrolato, flores brancas, mel, grapefruit, açúcar, e leve minerlidade. Na boca acidez média, macio, cremoso, final de boca com fruta madura, mel, e leve botrytis. Vinho gostoso de entrada onde o dulçor superou a acidez deixando-o um pouco enjoativo. Mistral  – R$ 201 – Nota 90,5/100

Vinho 2 – Peter Lehmann 2008 – Austrália – Eden Valley – 11% de álcool – Palha verdeal brilhante. Marcado por um herbáceo intenso, químico, maça verde, benzina, hortelã e mel. Na boca, acidez correta, seco, leve tanicidade, corpo médio, vibrante e refrescante. Vinho mais seco com muito nervo mas que para mim pecou por excesso de aromas e gostos verdes. Expand USD 15 na Europa – Nota 89/100

Vinho 3 – Zind Humbrecht Herrenweg de Turckheim 2005 – França – Alsácia – 13% de álcool – Dourado com toque esverdeado. Fechado, frutas brancas maduras, já com ligeira evolução, própolis, mineral e caramelo. Boa acidez, seco, corpo médio, persistência longa, final de boca com fruta evoluída e dulçor. Já teve tempos melhores – Clarets R$ 325   – Nota 89,5/100

Vinho 4 – Hans Wirshing   Iphofer   Kronsberg 2010 – Alemanha – Francônia – 11,5% de álcool – Dourado, brilhante. Petrolato, mineral, pedra molhada, benzina, ervas escuras, mexerica. Ótima acidez, , seco, vibrante, bom corpo, final de boca fresco com muita tensão. Vinho que evoluiu demais em taça. Mistral – R$ 302 – Nota 90/100

Vinho 5 – Kunstler Holler Kabinett 2008 – Alemanha – Rheingau – 12% de álcool – Palha verdeal brilhante. Mel, baunilha, cítrico doce, mexerica, benzina, e mineral. Na boca ótima acidez, vivo, corpo médio, retrogosto com muito frescor e casca de limão. – Decanter – R$ 312 – Nota 91/100

Vinho 6 – Miramar Casa Marin 2008 – Chile – San Antônio – 12,5% de álcool – Dourado brilhante. Fruta amarela adocicada com ligeira evolução, mel, alecrim e botrytis. Ótima acidez, seco, corpo médio, picante, retro frutado, mineral refrescante. Um chileno que não deixa nada a desejar quando comparado aos alemães – Edega – R$ 260 – Nota 92/100

Vinho 7 – Gibbston 2006 – Nova Zelândia – Central Otago – 13,5% de álcool – Dourado brilhante. Complexo, fruta amarela madura, defuado, petrolato, cítrico doce, ervas aromáticas e toque químico.Na boca harmônico, ótima acidez, corpo médio dulçor de fruta na medida certa, final de boca mineral e toque de amêndoa. Belo vinho provando que novo mundo já pode se comparar a Alemanha França e Áustria. – Vinci USD 18 na Europa – Nota 93/100

O favorito de cada degustador:

A Tommasi – Peter Lehmann 2008 – Austrália

João Altman – Peter Lehmann 2008 – Austrália

Bronzato – Selbach 2010 – Alemanha

Kel – Zind Humbrecht Herrenweg de Turckheim 2005 – França

Marcio – Miramar Casa Marin 2008 – Chile

Renato – Gibbston 2006 – Nova Zelândia

W Tommasi – Gibbston 2006 – Nova Zelândia

Deixe um comentário