Amelia Chardonnay um borgonhês do Chile

Tive o prazer de participar na semana passada de uma Live com Marcelo Papa, enólogo da linha Marques de Casa Concha, Amelia e Diretor Técnico da Vinícola Concha y Toro. O objetivo do encontro foi o de divulgar seu vinho Amélia Chardonnay lançado em 1993 mas que depois de muitos anos elaborado com uvas de Casablanca mudou para a denominação Quebrada Seca Limarí, Vale de Limarí. A mudança tem tudo a ver com a filosofia deste premiado enólogo, eleito como enólogo do ano” de 2019 pelo renomado crítico inglês, Tim Atkin, e que por tempos comandou a linha Maycas de Limari também pertencente ao grupo Concha Y Toro. As uvas do Amélia são agora provenientes do vinhedo Las Petras próximo ao litoral da região central do Chile, que conta com 60 hectares de solo argiloso com presença de carbonato de cálcio, e clima frio e fresco devido a cordilheira neste ponto ser mais baixa o que permite a entrada da brisa marítima que possibilita uma maturação das uvas mais lenta. Perguntado por mim sobre quais as principais diferenças entre os chardonnay de Casablanca e os atuais de Limari Marcelo declarou que os vinhos de Casablanca costumam ser mais estruturados e seus aroma frutados são mais adocicados em linha com os brancos neozeladêses, enquanto os de Limari são mais elegantes e minerais lembrando os brancos da Borgonha. A crítica especializada certamente aprovou esta mudança: O Guia Descorchado 2020 elegeu o Amelia como o melhor vinho branco do Chile em sua safra 2018, além de ter obtido altas notas de Suckling, Atkin e outros críticos para a safra 2017.

 O vinho que provei foi exatamente o da safra 2018, um varietal 100% Chardonnay com 13,5 % de álcool, e passagem de 12 meses em barris de carvalho francês. – Amarelo palha ainda com reflexos esverdeados, brilhante. Olfativamente complexo com pera, abacaxi fresco, toque de leveduras, flor de laranjeira, pedra molhada, sangue, e delicada tosta. Na boca, seco, bom volume, estruturado, mas mantendo a elegância, final de boca com abacaxi maduro, mineral e sapidez. Um chardonnay austero, com nariz complexo e limpo e boca generosa. Sempre achei os brancos chilenos de ótima relação custo benefício, e com bom potencial de guarda, mas este vinho certamente está em outro patamar, levantando a barra em termos de qualidade, e colocando o Chile na lista dos grandes vinhos brancos com potencial de envelhecimento. Preço médio de mercado – R$ 600

Concha y Toro: Site- https://conchaytoro.com

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