Dando prosseguimento aos temas escolhidos pela confraria AA para este ano chegou a vez dos Supertoscanos um tema polêmico, mas que abriu um gigantesco mercado para os vinhos toscanos que até lá tinham como grandes nomes os Brunellos di Montalcino, os Nobiles de Montepulciano e os Chianti Clássicos. Até hoje se discute quem criou o termo Supertoscan em 1980, alguns acham que foi a mídia americana e outros a mídia inglesa, mas a verdade é que eles surgiram em 1968 com o lançamento dos rótulos Sassicaia – Tenuta San Guido (1968 – cabernet sauvignon, cabernet franc) e Vigorello – San Felice (1968 – sangiovese, cabernet sauvignon, merlot) seguidos por Tignanello – Antinori (1971 – sangiovese, cabernet sauvignon), Le Pergole Torte – Montevertine (1977 – sangiovese), etc. Os vinhos da região de Bolgheri inovaram pela utilização massiva de uvas internacionais, enquanto que as vinícolas nos territórios mais tradicionais usaram mescla de internacionais com a sangiovese ou mesmo Sangiovese in purezza, ou seja varietal 100%. Com o sucesso os preços dos melhores foram às alturas, mas o nome acabou sendo deturpado por falta de regras mais claras, e muitos vinhos de média qualidade acabaram de se denominarem de supertoscanos portanto cuidado para não comprar gato por lebre. Apenas como referência em meados de 2021 um grupo de produtores toscanos se reuniram no chamado Comitato histórico dos Supertoscanos formado pelos 16 produtores que lançaram seus exemplares entre 1968 a 1988 a saber: San Felice, Antinori, Montevertine, Castello di Monsanto, Castellare di Castellina, Isole e Olena, Badia a Coltibuono, Querciabella, Castello di Fonterutoli, A&G Folonari, Riecine, Felsina, Castello di Volpaia, Castello di Ama, Castello di Albola e Brancaia, e o grupo está aberto para inclusão de outros produtores que lançaram vinho depois dos acima. Segue por ordem de lançamento a lista dos vinhos incluídos no comitato: Vigorello (1968, San Felice), Tignanello (1971, Antinori), Le Pergole Torte (1970, Montevertine), Fabrizio Bianchi (1974, Castello di Monsanto), I Sodi di San Niccolò (1977, Castellare di Castellina), Cepparello (1980, Isole e Olena), Sangioveto (1980, Badia a Coltibuono), Camartina (1981, Querciabella), Concerto (1981, Castello di Fonterutoli), Cabreo (1982, A&G Folonari), La Gioia (1982, Riecine), Fontalloro (1983, Felsina), Balifico (1985, Castello di Volpaia), L’Apparita (1985,Castello di Ama), Acciaiolo (1988, Castello di Albola), e Brancaia il Blu (1988, Brancaia)
Vamos agora aos vinhos degustados pelo nosso grupo:
1 Schidione 2001 – Corte com Sangiovese, Cabernet Sauvignon e Merlot , 13,5 álcool, e passagem de 12 meses em barricas francesas. – Granada, média concentração, halo intenso. Fruta vermelha madura, herbáceo, especiarias, leve acidez volátil, lácteo, violetas, especiarias e leve baunilha. Na boca, tripe acidez, alcool e tannos bem harmooso, corpo médio, retrogosto com cereja no licor e toque sanguíneo. Um vinho suculento e elegante. Trazido pelo confrade Kaue – R$ 3.315 na Mistral para safra 2004. Minha nota 93/100
2 Tignanello 2006 – Corte com 85% Sangiovese, 10% Cabernet Sauvignon e 5% Cabernet Franc., 13,5% de álcool com passagem de 12 meses por barricas francesas. – Granada, extra tinto, halo de evolução. No nariz, anis, ameixa, cassis, violeta intensa, e tabaco. Na boca tripe correto leve tanino, corpo médio, persistência longa final fruta madura com ligeiro dulçor e baunilha. Trazido pelo confrade Sidney – R$ 1.550 na Via Vini para safra 2018. Minha nota 91/100
3 Sassicaia 2013 – Corte de Cabernet Sauvignon com Cabernet Franc, com passagem de 24 meses por barricas francesas, e 13,5 % de álcool. Granada, média concentração, sem halo. Grama cortada, alcaçuz, fruta negra madura, herbáceo, menta, e tostado. Alta acidez taninos presentes mas finos, corpo amplo, final frutado sanguíneo. Vinho ainda jovem pedindo guarda em garrafa. Trazido pelo confrade Humberto – R$ 3.900 na Wine Trader para safra 2013. Minha Nota 90/100
4 Ceparello 2008 – Varietal 100% Sangiovese com passagem de 18 a 20 meses por barricas de carvalho, 14,5% de álcool – Rubi indo para granada, leve halo. Cereja madura, herbáceo, canfora, couro, e tostado. Alta acidez, taninos finos, bom corpo final fluido, com frutas maduras e delicado toque de terciários. Um supertoscano elegante. Trazido pelo confrade Walter Tommasi – R$ 1.330 na Decanter para safra 2013. Minha nota 93/100
5 Brancaia Ilatraia 2015 – Corte com 40% Cabernet Sauvignon, 40% Petit Verdot e 20% Cabernet Franc com passagem de 18 meses por barricas de carvalho e 14,5% de álcool. Granada extra tinto, leve halo de evolução. Azeitona, frutas negras, grafite, cereja, mineral, químico. Ótima acidez, taninos finos presentes, encorpado, final com ligeira acidez volátil. Um vinho mais direto. Trazido pelo confrade Regis – R$ 910 na Grand Cru para safra 2017. Minha nota 93/100
6 Guado al Tasso 2011 – Corte com Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, e Petit Verdot, com 18 meses de passagem por barricas de carvalho, e 14% de álcool. Granada, extra tinto, halo de evolução. Frutas vermelhas bem maduras, floral, lácteo, ervas aromáticas, bacon, tabaco. NA boca, potente, ponta de álcool, boa acidez, taninos empoeirados, final de boca bem frutado, com violetas, e menta. Vinho de alto padrão mesmo que tenha apresentado reflexos de safra quente. Trazido pelo confrade Alessandro. – $ 1.890 na Soul Wines para safra 2016. Minha nota 92,5/100
7 Il Carbonaione Poggio Scalette 2009. – Varietal 100% Sangiovese com passagem de 14 meses por barricas de carvalho e 13,5% de álcool. – Rubi, extra tinto, sem halo. Fruta vermelha madura, cassis, alcaçuz, ameixa seca e tostado delicado. Na boca, alta acidez, taninos finos presentes, corpo, longo, final de boca com frutas e toque terroso. Trazido pelo confrade Maranhão – R$ 1.043 na Zahil para safra 2017. Minha nota 91/100
Meus favoritos por ordem de preferência: Brancaia, Ceparello, Schidione, Guado al Tasso, Tignanello, Il Carbonaione, e Sassicaia
Os favoritos do gupo por ordem de preferência: Ceparello, Guado al Tasso, Brancaia, Schidione, Il Carbonaione, Tignanello, e Sassicaia.
Próxima degustação da confraria será Merlot no mundo a ser realizada no mês de outubro.
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