Neyen comemora 20 anos de vida com vertical de 6 safras

A TDP Wines do enólogo e executivo Tiago Dal Pizzol nos recebeu essa semana na Vinheria Percussi para a apresentação de uma vertical com o vinho ícone da Viñedos Veramonte fundada em 1996 o Neyen Espiritu de Apalta. A apresentação foi comandada pelo atual enólogo da vinícola, Gonzalo Bertelsen, que dividiu a mesma em dois painéis o primeiro com as safras 2003, 2005 e 2007 época em que os vinhos eram mais extraídos, potentes e amadeirados todos elaborados pelo enólogo francês Patrick Valette, e  o segundo com as safras 2014, 2016, e 2018 já apresentando vinhos mais leves com menor presença de madeira elaborados pelo enólogo chileno Rodrigo Soto. A Viñedos Veramonte pertence desde meados de 2016 à gigante espanhola González Byass, que entre outras marcas, tem em seu grupo a Beronia e a Tio Pepe.

Gonzalo foi contratado recentemente, em 2023, e sua primeira safra de Neyen será a de 2022 que por ainda ser muito jovem ainda não está no mercado. Curioso por saber se haveria alguma mudança no processo fiz a pergunta a ele e a resposta foi de que nesta safra a Cabernet Sauvignon passara a ter o mínimo de 55% do volume. A Viñedos Veramonte é uma das mais tradicionais vinícolas do Chile que conta com 3 linhas de vinhos a saber: Neyen, Primus e Ritual todos elaborados com uvas de agricultura orgânica e biodinâmica dos terroirs de Apalta e Casablanca.

Vamos aos vinhos provados:

Primeiro Lote

Neyen 2003 Corte com 70% Carmenere e 30% Cabernet Sauvignon com 14% de álcool e PH de 3,72 com passagem de 14 meses por barricas novas francesas. – Rubi, extra tinto, leve halo de evolução. No nariz frutas negras e vermelhas maduras, ameixa, framboesa, borracha, café e leve presença de aromas herbáceos, violeta e tostado. Na boca ótima acidez, taninos resolvidos, estruturado, potente, mas muito harmônico, retrogosto trazendo de volta as frutas com ligeira evolução, alcaçuz e terciários. Um vinho muito agradável mesmo sendo da era dos fruit bombs, foi meu segundo em preferência, com a curiosidade de eu não sentir tanto a presença do herbáceo típico da Carmenére mesmo com a presença de 70% da mesma

Neyen 2005 – Corte com 50% Carmenére e 50% Cabernet Sauvignon com 14% de álcool e PH de 3,59 e passagem de 14 meses de barricas novas francesas. – Rubi, extra tinto, sem halo. Aromaticamente mais herbáceo, ameixa, pimenta do reino, tabaco e pedra britada. Na boca acidez correta, taninos ainda presentes, encorpado, sensação mais intensa de álcool, final bem terciário e frutado. Vinho que para mim pecou um pouco por excesso de aromas herbáceos, mas que na boca agradou bastante mesmo sendo de estilo mais pesado.

Neyen 2007 – Corte com 70% Carmenére e 30% Cabernet Sauvignon com 14% de álcool e PH de 3,72 com passagem de 14 meses por barricas novas francesas. – Rubi, extra tinto, leve halo de evolução. Mais um vinho com forte presença de aromas herbáceos, pimentão verde, fruta vermelha com toque doce e terciários presentes. Na boca potente acidez correta, taninos resolvidos, alcoólico, picante, final com ligeiro amargor forte presença de terciários. A safra que menos me agradou

Segundo Lote

Neyen 2014 – Corte com 50% Carmenére e 50% Cabernet Sauvignon com 14% de álcool e PH de 2,89 e passagem de 14 meses de barricas novas e usadas francesas. – Rubi, extra tinto, sem halo. Aromaticamente marcado pelas ervas, frutos vermelhos maduros, toque floral, chocolate e tabaco. Na boca um pouco mais delicado do que os três primeiros, mas com boa acidez, ainda um pouco alcoólico, estruturado com final bem furtado e presença mais discreta de terciários. Um vinho de transição, mas ainda com forte presença da pirazina.

Neyen 2016 – Corte com 50% Carmenére e 50% Cabernet Sauvignon com 13% de álcool e PH de 3,69 e passagem de 14 meses de barricas novas e usadas francesas. Rubi, extra tinto, sem halo. Fruta vermelha como framboesa, cereja, floral lembrando violetas, especiarias, leve herbáceo, e madeira bem integrada. Na boca tripe acidez, taninos e álcool em perfeita harmonia, ótima textura, longo final com boa complexidade. Um vinho elegante prontíssimo para o consumo, foi meu favorito.

Neyen 2018 – Corte com 50% Carmenére e 50% Cabernet Sauvignon com 14% de álcool e PH de 3,67 e passagem de 12 meses de barricas mais 6 meses em tonneaux 50% novas e 50% usadas francesas. Rubi, alta concentração, sem halo. Nariz com frutas vermelhas frescas, framboesa, floral mais intenso, grafite, especiarias, e leve tostado. Na boca acidez correta, taninos ainda presentes, longo, final frutado com leve herbáceo e tostado. Um vinho agradável, mas que promete com um pouco mais de guarda em garrafa

A TDP Wines tem a safra de 2018 para venda a R$ 676 a garrafa. Na foto ClaudiaRazmilic diretora de marketing da Neyen, Tiago Dal Pizzol proprietario da TDP , e Gonzalo Bertelesen enólogo da Veramonte

Gostei muito da postura de Gonzalo espero em breve tomar o primeiro Neyen com predominância de Cabernet Sauvignon.

#Neyen #VinedosVeramonte #GonzalesByass # CabernetSauvignon #Carmenere #WinesofChile #Wine #Vino #Vinho #VinhoOganic #VinhoBiodinamico #BaixaIntervencao #GonzaloBeltersen #TDPWines #VinaNeyendeApalta #Apalta #Casablanca

Deixe um comentário