Por: Carlos Ernesto Cabral de Mello
cabral.porto@uol.com.br
O vinho do Porto há muito deixou de ser um líquido ao qual se adiciona aguardente vínica e que é produzido na região do Douro, em Portugal.
Nenhum outro vinho do mundo tem um conjunto de qualidades e virtudes que o Porto tem, e que sempre vão muito além do produto em si. Comecemos pela Região.
Nenhum outro vinho do mundo tem um conjunto de qualidades e virtudes que o Porto tem, e que sempre vão muito além do produto em si. Comecemos pela Região.
Qual outra parte do planeta foi esculpida, a duras penas, num trabalho sobre-humano, para caprichosamente dar lugar a terraços onde se fixa a vinha na pedra, porque, no Douro, terra é artigo de luxo. Isso mesmo – plantar uvas na rocha e cuidar das videiras como se fossem filhos, nunca reclamando de subir e descer centenas de vezes, em um espaço de apenas 100 metros. Os homens do Douro são teimosos e caprichosos e têm o orgulho de dizer que “Deus fez o mundo, o duriense fez o Douro”, e é verdade, tal aconteceu. Quando hoje contemplamos os terraços simétricos do Douro, entendemos que, se um dia Deus vier a Terra para o Juízo Final, para voltar aos Céus terá de galgar as escadarias do Douro. São monumentais. Outro fator que apaixona no vinho do Porto é o tempo. Este é um vinho caprichoso, o tempo só lhe faz melhorar a qualidade, então, muitos dos que fizeram este vinho, dele não provaram, deixaram para gerações futuras, e estas que hoje consomem este néctar têm o dever de deixar grandes vinhos para os seus netos. O vinho do Porto aqui adquire ares de obra de arte, aquela que depois de muitos anos encantam as pessoas pelos museus do mundo, só que esta pode-se provar. Os estilos de vinho do Porto é outra glória deste vinho, há um tipo para cada gosto: lhe apetece mais jovem, vá de Ruby; gosta dele mais velho, vá de Tawny; quer degustar como aperitivo, vá de branco; tem uma grande data a comemorar, procure um Colheita e sinta o raro prazer de degustar um Porto do ano em que você nasceu; o momento é solene, vá de Vintage; ou então quer encerrar uma refeição em que o doce e o vinho sejam memoráveis, vá de 10, 20, 30 ou 40 anos, estes são vinhos para serem degustados de joelhos.
O maior patrimônio do vinho do Porto são as pessoas que com ele trabalham. Os portugueses do setor do vinho do Porto ensinaram os ingleses a serem “lords”. Não há gente mais educada neste mundo do que aqueles que carregam sobrenomes famosos que se confundem com as marcas de seus produtos. O vinho do Porto não admite má educação, e quando esta aflora, o tipo bruto é logo esquecido e jogado para fora do setor, afinal estamos falando de vinho do Porto, não de um vinho qualquer. O vinho do Porto se impõe. É caprichoso, quer que todos os que estão em torno de um decanter parem de falar de outras coisas e falem só dele, afinal, quem é o Rei da Festa?
Embora tenha 400 anos de história, o Porto não é um vinho para se provar ou beber regularmente, um Porto se conquista, entender seus tipos, suas diversidades e seus estilos é um longo exercício de prazer e paciência, talvez por isso, neste mundo virtual que vivemos, o homem moderno gosta mais de coisas simples, sem muita história, que em duas linhas ele possa mostrar aos amigos que conhece alguma coisa de vinhos; quando assim é, não se trata de um consumidor ideal para vinho do Porto.
Degustar Porto pede em primeiro lugar reflexão e atenção, para se chegar ao prazer máximo de sentir o que este vinho faz por nossa alma.
Filósofos, poetas, cantores, romancistas e tantos outros tentaram descrever o que é um vinho do Porto, e o máximo que conseguiram foi fazer uma constatação, sem este vinho não haveria inspiração para tanta arte!
Em setembro próximo estarei comemorando 40 anos de bons serviços à causa deste vinho. Não me canso de falar e de degustar o vinho do Porto, que já faz parte do meu ser. Tenho muito que devolver a este vinho que me ajudou e ainda ajuda a viver feliz até os dias de hoje e muito contribuiu na minha formação como humanista. Dele nasceram amizades fraternas em todo o mundo, que nutrem meu dia a dia com boas coisas. Confesso, eu não seria o mesmo se o vinho do Porto não estivesse em minha vida!
Obrigado amigo, por esta feliz convivência nos últimos 40 anos!!
O maior patrimônio do vinho do Porto são as pessoas que com ele trabalham. Os portugueses do setor do vinho do Porto ensinaram os ingleses a serem “lords”. Não há gente mais educada neste mundo do que aqueles que carregam sobrenomes famosos que se confundem com as marcas de seus produtos. O vinho do Porto não admite má educação, e quando esta aflora, o tipo bruto é logo esquecido e jogado para fora do setor, afinal estamos falando de vinho do Porto, não de um vinho qualquer. O vinho do Porto se impõe. É caprichoso, quer que todos os que estão em torno de um decanter parem de falar de outras coisas e falem só dele, afinal, quem é o Rei da Festa?
Embora tenha 400 anos de história, o Porto não é um vinho para se provar ou beber regularmente, um Porto se conquista, entender seus tipos, suas diversidades e seus estilos é um longo exercício de prazer e paciência, talvez por isso, neste mundo virtual que vivemos, o homem moderno gosta mais de coisas simples, sem muita história, que em duas linhas ele possa mostrar aos amigos que conhece alguma coisa de vinhos; quando assim é, não se trata de um consumidor ideal para vinho do Porto.
Degustar Porto pede em primeiro lugar reflexão e atenção, para se chegar ao prazer máximo de sentir o que este vinho faz por nossa alma.
Filósofos, poetas, cantores, romancistas e tantos outros tentaram descrever o que é um vinho do Porto, e o máximo que conseguiram foi fazer uma constatação, sem este vinho não haveria inspiração para tanta arte!
Em setembro próximo estarei comemorando 40 anos de bons serviços à causa deste vinho. Não me canso de falar e de degustar o vinho do Porto, que já faz parte do meu ser. Tenho muito que devolver a este vinho que me ajudou e ainda ajuda a viver feliz até os dias de hoje e muito contribuiu na minha formação como humanista. Dele nasceram amizades fraternas em todo o mundo, que nutrem meu dia a dia com boas coisas. Confesso, eu não seria o mesmo se o vinho do Porto não estivesse em minha vida!
Obrigado amigo, por esta feliz convivência nos últimos 40 anos!!