O privilégio de tomar um bom vinho maduro

Num passado não muito distante só se tomava um grande vinho após 10/15 anos de guarda. Os apreciadores normalmente tinham adegas amplas e compravam vinhos em caixas após terem feito suas escolhas, vale citar que na época grandes vinhos tinham também preços mais acessíveis. Essas adegas normalmente ficavam na parte baixa das casas em lugares frescos, sem a iluminação solar com as garrafas deitadas e sem movimentação constante, desta forma maturavam os vinhos de maneira tranquila garantindo a manutenção das qualidades dos mesmos. Hoje em dia pouca gente se da a este luxo pelo fato de os vinhos serem elaborados de forma a estarem prontos muito antes e até mesmo para evitar o custo financeiro de carregar estoques. Certamente um avanço para um mercado consumidor que não tem paciência para guardar vinhos e que representa a grande maioria do público consumidor hoje em dia. Alguns de nós, entretanto tiveram a oportunidade e a felicidade de montar adegas mais amplas e de agora poder desfrutar vinhos maravilhosos maturados de forma correta. Neste sábado tive uma destas oportunidades únicas por ocasião do aniversário de meu irmão Alessandro que completou anos 56 anos de vida e durante o almoço familiar comemorativo abriu 3 vinhos maduros: 1 Côte de Rhone Coudoulet de Beaucastel 2009, um Coulliore Chapoutier 1999 e um maravilhoso Chianti Clássico Villa Antinori 1967.Com todo o respeito aos dois primeiros vinhos que estavam ótimos e prontos para beber, o que realmente chamou minha atenção foi o Chianti do Antinori. Um vinho com 56 anos de idade esbanjando complexidade e equilíbrio na boca e que serviria para silenciar os críticos que usam tons pejorativos para falar sobre os vinhos do Antinori por achá-los industriais e também dos outros que insistem em dizer que vinhos muito velhos são todos iguais ou no pior dos casos decrépitos. Que privilégio poder desfrutar esta joia.

Chianti Clássico Villa Antinori 1967 – Corte com 75% Sangiovese e 25 % de outras castas locais autóctones, 12,5% de álcool com passagem em botes grandes da Eslavônia. Ao abrir a garrafa notamos que o volume do vinho estava completo com ombros altos, sem sinal de evaporação o que já é um bom sinal. Visualmente, granada ralo, halo intenso de evolução. Olfativamente complexo com frutas vermelhas com evolução, funghi porcini, flores secas, terroso e sottobosco. Na boca macio ótima acidez, taninos domados corpo médio, final de boca suculento trazendo de volta as frutas vermelhas e armas terciários. Interessante notar que algumas Enotecas na Europa ainda terem garrafas deste produtor e safra por volta dos 50 Euros o exemplar. Portanto para o felizardo que for para lá e puder encontrar 1 garrafinha não perca a oportunidade afinal o preço vale a pena e você não precisou guardar o mesmo por tanto tempo.  Saúde

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