Dal Forno Romano – Modernismo, e Exuberância

Aproveitando viagem à Itália para atender aos “Anteprimas” toscanos resolvi passear um pouco e visitar a região do Veneto.  Vir para cá e não conhecer os dois maiores nomes da produção de vinhos da  região seria um pecado, desta forma com a ajuda dos amigos da Mistral que representa no Brasil estes dois ícones, consegui agendar as visitas que iniciaram com o já mítico Dal Forno Romano. Visto o papai Romano estar coincidentemente visitando amigos no Brasil, fui recebido por um de seus filhos, o dinâmico Michele Dal Forno.

Michele Dal Forno

Foi com ele que visitei a nova, mas ainda não terminada vinícola, sede, casa. Um verdadeiro castelo medieval disfarçado de Château Francês, arquitetura medieval, fontes de mármore feitas a mão por artistas locais, emaranhado de escadas, juntando os diversos salões da área nova com os da velha que guardam seus tesouros líquidos ainda em barricas, mas por outro lado sistemas moderníssimos de produção e  até mesmo um exclusivo processo de secagem das uvas desenvolvido pelo próprio Romano que também tem uma fixação com a higienização de todos os processos de produção e guarda do vinhos, assim como do maravilhoso edifício. Certamente pretendo voltar em um futuro próximo quando as obras de expansão terminarem  pois a vinícola será um “State of Art”.

Acho que pela descrição que fiz, dá para entendermos o espírito deste empreendedor e inovador produtor de 52 anos que revolucionou a produção de vinhos do Vêneto. O foco com a alta qualidade, unida a coragem de inovar, e a prioridade dada à higiene e a tecnologia são o segredo do sucesso do Dal Forno.  Em sua busca constante com a perfeição, Romano se utiliza de tudo o que é possível para atingir seu objetivo, dos tratos culturais, a alta tecnologia, ao uso único de barricas francesas produzidas com carvalho americano só de primeiro uso, ele não tem medo de arriscar.

Michele me contou que o grande sonho do pai é o de dar ao  Valpolicella a importância e o status de grande vinho, que o Amarone já ganhou no mercado internacional e italiano, para tanto foca sua atenção na produção de um Valpolicella que seja marcante elaborando este dentro dos mesmos moldes de seu famoso Amarone, em outras palavras, o processo é exatamente igual ficando as duas pequenas diferenças : a) para as uvas que vem de seus vinhedos mais novos, b) ao tempo de secagem das uvas que ao invés de ser de 3 meses fica apenas  um mês e meio. Em outras palavras como o próprio Michele diz seu Valpolicella é um Amaronezinho, se é assim que podemos chama-lo, digo isso pois em recente degustação às cegas em que tive a oportunidade de participar com membros de minha confraria, ele bateu fácil muitos Amarones de outros produtores conhecidos bem  conhecidos no mercado. Durante a visita tive o prazer de degustar dois exemplares de barrica que  descrevo abaixo:

Valpolicella 2008 – Rubi extra tinto, sem halo. Olfativamente, complexo, frutas vermelhas maduras, cereja, framboesa, chocolate, anís, tostado e um toque delicado de baunilha. Na boca acidez correta, taninos finos , estruturado, longo e com retrogosto muito frutado complementado por toque de café. Vinho pronto para beber NOTA 92/100.
Amarone 2008 Rubi extra tinto, sem halo. Complexo, uma explosão de frutas vermelhas maduras, cereja e framboesa, especiarias, mais para a pimenta, chocolate, e tostado muito agradável. Na boca muito estruturado, alta acidez, taninos finos mas muito firmes, longo e retrogosto frutadocom destaque para a cereja. Vinho muito jovem que vai evoluir muito na garrafa. NOTA 93/100.
Walter Tommasi

3 Replies to “Dal Forno Romano – Modernismo, e Exuberância”

  1. Confesso que passei batido nesse comentário que vc fez no texto. Então é mesmo um Amarone??? Sacanagem, ele entrou em uma degustação de ripasso e deu pau nos outros. Tá explicado!

  2. Pois é Paulo, como informado acima , o Valpolicella deles é realmente um Amarone pois passa pelo mesmo processo do irmão mais famoso. As únicas diferenças são a orígem das uvas ( vinhedos mais novos) e o tempo de apassimento das uvas 1mes e meio ao invés de 3 meses do Amarone rotulado. Ele não é um Valpolocalla Ripasso que apenas passa pelas borras do Amarone, ele é um Amarone que é vendido como valpolicella por isso é tão bom e estruturado

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