Os melhores vinhos que tomei em 2021

No meu dia a dia como jornalista especializado em vinhos tenho acesso a muitos lançamentos de vinhos organizados pelas importadoras e produtores nacionais e internacionais, organizo também as degustações da revista Go Where Gastronomia, tenho 4 confrarias que se reúnem algumas mensalmente outras de 3 em 3 meses, e finalmente tenho meu consumo em casa. Em um cálculo rápido cheguei à conclusão que devo provar entre mil, e mil e trezentos vinhos por ano. Parte destas provas, especialmente os vinhos que mais me agradam eu acabo comentando na revista e outras neste site. Com o início de um novo ano, decidi rever o material publicado de 2021 para elencar meus favoritos. Vamos então a eles:

Meu vinho do ano – Pergole Torte 2007– Itália, Toscana – Granada, média concentração, halo de evolução. Complexo, com frutas maduras como cereja e ameixa, balsâmico, violetas secas, terroso, leve presença de lácteo, especiarias doces, cogumelos secos, e sottobosco. Na boca uma preciosidade, tripé acidez, taninos, e álcool em perfeita harmonia, com destaque para os taninos doces e polidos, corpo médio, persistência longa, retrogosto frutado e sedoso.  Definitivamente um vinho para ser guardado na memória

Meu Espumante favorito do Novo Mundo – Aracuri Brut Chardonnay – Brasil, Vacaria. Varietal 100% Chardonnay. – Um espumante com mouse intensa, perlage bem fino, vibrante, cremoso, marcado por notas de brioche, leveduras, frutas secas como avelã, damasco e casca de pão. Uma surpresa agradável

Meu Espumante favorito do Velho Mundo – Bollinger La Grand Année 1999 – França Champagne – Dourado com grande intensidade de cor, brilhante, perlage intenso, e bolhas minúsculas. Olfativamente muito complexo com abacaxi maduro, avelãs, nozes, leveduras, brioche, damasco, mel, flores secas, e leve café. Na boca, macio, sedoso, mousse bem delicada, corpo médio para amplo, final de boca ainda vibrante e confirmando o olfativo. Devo dizer que foi Bollinger mais elegante que tomei até hoje, certamente o tempo de garrafa ajudou muito na paleta aromática, mas esta elegância deve ter algo a ver com a safra das uvas visto os champagnes da Bollinger normalmente serem mais estruturados.

Meu Branco favorito do Novo Mundo  – Kalfu Sumpai Sauvignon Blanc 2020 – Chile Atacama – Elaborado com uvas da região do Atacama, sem passagem por madeira. Palha claro, brilhante. Olfativamente complexo,  trazendo frutas amarelas bem delicadas, feno, mineral pedra molhada, pedra de isqueiro, flores brancas, e aspargos brancos. Na boca, volumoso, ótima acidez, cremoso, corpo médio para amplo, final frutado e mineral, delicioso.

Meu Branco favorito do Velho Mundo – Estate Argyros Cuvee Monsignori Santorini 2012 – Santorini Grécia – Varietal 100% Assyrtico, com uvas provenientes de vinhedos orgânicos de 200 anos de idade, , sem passagem por madeira, mas guarda de 10 meses em tanques de aço inox. Palha brilhante, Olfativamente trazendo diversas camadas, iniciando com grapefruit, pêssego fresco, pera dura, indo para mineral, pedra molhada, e grafite. Na boca, ótima acidez, vibrante, seco, encorpado, final salino. Um vinho exuberante com tremendo potencial de guarda, mas já pronto para consumo. 

Meu Rose favorito – Ramato  Attems 2017 – Itália Friuli – Varietal 100% Pinot Grigio – Dourado brilhante com leve tom de cobre, brilhante. Aroma cítrico lembrando limão siciliano, melão cantalupe, pêssego, flores do campo, e mineral. Ótima acidez, elegante, picante, seco, final de boca fresco, trazendo as notas cítricas e frutas vermelhas maduras. Vinho complexo, delicioso.

Meu Tinto favorito do Novo Mundo – Cheval de Los Andes 2002 – Argentina Mendoza. – Corte com 56% de Cabernet Sauvignom,40% de Malbec, e 4% de Pettit Verdot. – Granada, alta concentração halo de evolução. Nariz marcado por aroma de couro, pelo de animal, cereja no licor, tabaco, menta, café, e toque mineral. Na boca tripé acidez, taninos e álcool totalmente harmonioso, estruturado, longo e muito macio. Um vinho maduro em seu ápice, muita estrutura sem perder a elegância, marcado pelas frutas no licor e de terciários muito bem integrados.

Meu Tinto favorito do Velho Mundo –  FrançaLynch y Bages 2004 -França Bordeaux – Granada, extra tinto, halo de evolução. Complexo, couro, frutas negras maduras, balsâmico, pimenta do reino, menta, grafite, mineral, toque lácteo, e tostado. Na boca acidez correta, taninos doces e finos, redondo, macio, longo,  e elegante. Um vinho austero, suculento sedoso, uma preciosidade.

Meu Tinto favorito do Velho Mundo – Itália – Barbaresco Bruno Giacosa 1995 – Itália Piemonte –  Varietal 100% Nebbiolo. – Granada, ralo, halo intenso. Nariz austero, frutas vermelhas, pétalas de rosa, tabaco e sottobosco. Ótima acidez, seco, taninos presentes, mas já resolvidos, austero, vibrante, corpo médio para amplo, retrogosto frutado (ameixa) e suculento.

Meu Tinto favorito do Velho Mundo – Espanha – Vega Sicilia Único Gran Reserva 2005 – Espanha Ribera del Duero – Corte com 80 a 85% Tempranillo 10 a 15% Cabernet Sauvignon, e 0 a 5% de Merlot com passagem de 30 meses por barricas francesas. – Rubi indo para granada, extra tinto, halo de evolução. Inicialmente fechado aos poucos vai abrindo suas diversas camadas aromáticas, começando por ameixa madura, floral e especiarias que logo passam para notas balsâmicas, trufas, incenso, tabaco, sottobosco, e uma pontinha de cítrico. Na boca tripé acidez, álcool e tanino em perfeita harmonia, encorpado longo e macio, final de boca com frutas maduras e terciários.

Meu Tinto favorito do Velho Mundo – Portugal – Casa Ferreirinha Reserva Especial 2003 –Portugal Douro – Corte de Touriga Nacional, Touriga Franca, e Tinta Roriz, com passagem de 18 meses por barricas francesas. Granada, média concentração, halo intenso de evolução. Complexo com diversas camadas de aromas, frutas vermelhas maduras já com evolução, chá mate, terroso, flores secas, balsâmico, especiarias, e madeira velha. Ótima acidez, taninos finos e resolvidos, corpo médio, harmonioso, sedoso, e suculento final de boca austero, senhoril. Um clássico que tem a assinatura Ferreirinha.

Meu vinho favorito de sobremesa – Estate Argyros Vin Santo First Release 2013 – Grécia Santorini -Varietal 100% Assyrtico com 13,5de álcool com estágio de 3 anos em tanques de concreto, e 4 anos em cubas de madeira. – Âmbar, ralo, halo intenso de evolução com toque verdeal. Nariz com diversas camadas, mel, rapadura, floral, ameixa e figo seco.  Na boca alta acidez, corpo médio, sedoso, final de boca com ameixa seca e tâmara. Um vinho de sobremesa que não enjoa pela sua boa acidez e dulçor na medida certa.

Outros destaques:

Alión 2016 –– Espanha – Ribera del Duero

Collezione De Marchi Isole e Olena 1999 – Itália – Toscana

Don Faustino I Gran Reserva 2008 – Espanha – Rioja.

Barolo Rattalino Trentaquatro 2006 – Itália – Toscana

Agora só me resta iniciar as provas para o ano de 2022 saúde a todos.

Deixe um comentário